O presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Mike Johnson (R-La.), rompeu publicamente com Donald Trump ao solicitar transparência sobre os arquivos relacionados ao caso Jeffrey Epstein. Em entrevista ao podcaster Benny Johnson nesta terça-feira, Johnson defendeu que todas as informações devem ser divulgadas para que a população possa formar sua própria opinião, sinalizando uma mudança no posicionamento do congressista.
Johnson e o pedido de transparência sobre os arquivos de Epstein
Ao afirmar que “devemos colocar tudo à disposição e deixar o povo decidir”, Johnson reforçou a necessidade de abrir os documentos investigados pelo FBI e pelo Departamento de Justiça, que até o momento não serão totalmente divulgados. Segundo ele, “ela precisa vir à tona e explicar” afirmações anteriores de que tinha acesso a uma lista de clientes de Epstein, cuja existência foi pauta de controvérsia.
O posicionamento de Johnson ocorre após o Departamento de Justiça e o FBI concluírem que não há provas de que Epstein mantinha uma “lista de clientes” com fins de chantagem ou que tenha morrido por outros meios além do suicídio, o que desagradou setores favoráveis à investigação e alimentou teorias conspiratórias.
Contraste com a postura de Trump e a política de sigilo
Donald Trump, que inicialmente reforçou a posição de não divulgar novos arquivos, posteriormente amenizou seu discurso, manifestando que “Bondi deve divulgar aquilo que ela considera credível”. A ex-procuradora geral do estado da Flórida, Pam Bondi, foi mencionada por Trump como tendo acesso a documentos relevantes, apesar de sua referência ter sido interpretada como uma menção ao acervo completo de papéis relacionados ao caso Epstein.
Johnson, que também afirmou confiar em Trump, declarou à revista Washington Post que é necessário que Bondi esclareça sua referência às listas de Epstein. “Ela precisa vir à público e explicar”, disse, apoiando a demanda por maior transparência.
Reações e polêmicas no Congresso
A postura de Johnson reflete a pressão sofrida por Trump e sua equipe diante do respaldo dos apoiadores em relação ao sigilo nos processos de Epstein. Mesmo assim, o Congresso continua dividido. Na terça-feira, deputados democratas tentaram aprovar um projeto que obrigaria a divulgação de documentos sobre a investigação do Departamento de Justiça, mas a proposta foi bloqueada pelos republicanos.
Nesta semana, também surgiu o chamado de representantes pelo estabelecimento de um procurador especial para aprofundar as revelações sobre os arquivos Epstein, incluindo a atuação de figuras influentes que podem ter sido blackmailadas.
Perspectivas futuras e impacto político
A discussão sobre os arquivos de Epstein promete continuar alimentando debates sobre transparência e impunidade no sistema judiciário dos EUA. Especialistas acreditam que a divulgação integral desses documentos é fundamental para esclarecer fatos e fortalecer a confiança nas instituições. As próximas semanas podem ser decisivas para o desfecho da controvérsia, especialmente com a pressão de aliados e opositores de Trump no Congresso.