No cenário político atual, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está adotando uma nova abordagem em sua agenda, priorizando compromissos no Brasil em oposição a viagens internacionais. Essa mudança acontece em meio a um embate com o presidente americano Donald Trump, que impôs tarifas elevadas ao Brasil, e reflete a intenção de valorizar a soberania nacional e engajar-se com a população.
A mudança de foco na agenda presidencial
A estratégia de Lula foi delineada antes mesmo do aumento das tarifas, mas ganhou força com a nova situação. A partir de agora, o presidente estará mais presente no país, com a orientação de que faça viagens internacionais apenas quando absolutamente necessário. Entre quinta e sexta-feira desta semana, ele visitará três estados. Nesta quinta, participará do Congresso Nacional da UNE na Universidade Federal de Goiás, em Goiânia, onde deverá reforçar o slogan de seu governo: “o Brasil é dos brasileiros”. Durante o evento, discutirá a importância de taxar os mais ricos para destinar recursos à educação.
Fortalecimento do discurso de soberania nacional
Em discursos recentes, Lula enfatizou a necessidade de justiça tributária, alinhando sua mensagem ao discurso de soberania nacional. O embate com o governo Trump proporcionou um contexto favorável para que essa retórica fosse ainda mais intensificada. A polarização em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que é aliado de Trump, também se faz presente na nova estratégia do governo.
Aliados de Lula afirmam que sua presença em eventos públicos e sua habilidade em se conectar com a audiência são inigualáveis, criando uma imagem de um líder próximo ao povo e comprometido com suas necessidades.
Compromissos para aumentar a popularidade
Após sua participação no Congresso da UNE, Lula viajará para Juazeiro, na Bahia, onde anunciará iniciativas do Novo PAC e do programa Agora Tem Especialistas, que visa melhorar a saúde pública. Entre os anúncios, está a ampliação do atendimento em ambulatórios e UPAs, em parceria com clínicas privadas, um ato que busca reforçar sua imagem positiva junto à população.
No dia seguinte, o presidente estará no Ceará para vistorias de obras de infraestrutura, como a Ferrovia Transnordestina, que está com 70% da construção concluída e recebeu um investimento significativo de R$ 3,6 bilhões. Essa obra é vista como um símbolo do novo ciclo de investimentos do governo e um sinal positivo para sua base eleitoral.
Observações sobre a agenda internacional
Desde o início de seu terceiro mandato, Lula já visitou 34 países, priorizando encontros que podem trazer dividendos econômicos e políticos. Recentemente, questões sobre a real importância de algumas dessas viagens foram levantadas, especialmente em tempos de crise no Brasil. Contudo, auxiliares defendem que a atuação internacional de Lula, incluindo encontros com líderes importantes, é fundamental para a política externa brasileira.
Com a nova estratégia de focar no Brasil, Lula só deverá comparecer a compromissos internacionais essenciais. Na próxima segunda-feira, 21 de julho, ele irá ao Chile, onde estará ao lado de líderes da América Latina em um evento sobre defesa da democracia. Em setembro, ele discursará na Assembleia Geral da ONU e, em outubro, pode participar da cúpula da ASEAN na Malásia.
Conclusão
A decisão de Lula de priorizar a agenda nacional em um momento de tensões internacionais reflete uma tentativa de longos vínculos com a população brasileira e de consolidar sua base de apoio. Ao mesmo tempo, com o cenário político em constante evolução, este novo direcionamento pode ser uma trajetória estratégica para elevar sua popularidade em tempos de desafios. A capacidade de Lula de se conectar com os cidadãos e apresentar propostas concretas será crucial para a eficácia dessa abordagem e para o futuro da sua administração.
