O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender hoje (17) a soberania do Brasil e afirmou que quem manda no país é o povo brasileiro. Sua declaração ocorre em um contexto de tensões comerciais e políticas com os Estados Unidos, especificamente em relação ao presidente Donald Trump, que anunciou a aplicação de uma taxa de 50% sobre produtos brasileiros e fez críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Posição firme contra imposições
Durante um evento em Juazeiro, na Bahia, Lula enfatizou: “Nós não queremos brigar, mas nós não somos de fugir. O Brasil só tem um dono e o dono chama-se povo brasileiro.” A declaração surge no âmbito de uma entrevista anterior à jornalista Christiane Amanpour, onde ele manifestou a disposição do Brasil em negociar, mas deixou claro que jamais aceitará imposições como as de Trump.
O presidente brasileiro ainda fez referências à carta enviada por Trump, que condicionava a revisão da taxa ao julgamento de Jair Bolsonaro pelo STF. Lula respondeu firmemente que “quem vai julgar o Bolsonaro não é o presidente da República”, afirmando a independência do Judiciário no Brasil. “Neste país, a lei vale para todo mundo, ninguém é melhor do que ninguém”, reiterou, colocando a justiça acima das relações políticas.
Medidas para proteger a economia
Lula também mencionou suas reuniões com empresários de diversos setores, com o intuito de avaliar o cenário econômico e tomar medidas para proteger a economia brasileira. “Estamos juntando os empresários e, quando chegar dia primeiro de agosto, vamos dar uma resposta”, disse ele, referindo-se à necessidade de uma posição unificada diante das imposições estrangeiras.
O presidente destacou a recuperação econômica do Brasil, alegando que os índices têm mostrado resultados positivos desde sua posse. “Diziam que nossa economia não ia crescer em 2023, mas cresceu 3,2%. E em 2024, quando falavam que iria crescer apenas 1,5%, ela cresceu 3,4%.” Segundo Lula, o crescimento econômico resultará em um aumento do salário mínimo e beneficiará os trabalhadores brasileiros.
Investimentos em saúde
As declarações ocorreram durante a cerimônia de entrega de equipamentos de saúde em Juazeiro, onde foram anunciados investimentos de R$ 6 bilhões para o Programa de Aceleração do Crescimento – Novo PAC Seleções. Os recursos visam atender a demandas de 90% dos municípios do Brasil.
O presidente também entregou Unidades Odontológicas Móveis (UOMs) para cinco municípios na Bahia e anunciou a construção de três policlínicas no estado. “Vamos honrar cada centavo que o governo federal colocar aqui na saúde”, afirmou o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues. Além disso, o governo prevê a oferta de 18,9 mil equipamentos e veículos, reforçando o compromisso com o setor de saúde.
Os projetos incluem a construção de Unidades Básicas de Saúde, a compra de ambulâncias e a criação de Centros de Atendimento Psicossocial, demonstrando um esforço contínuo para melhorar a infraestrutura de saúde no Brasil.
Foco nas obras públicas
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, fez um apelo aos prefeitos para que busquem soluções para eventuais pendências que estejam atrasando a execução de obras públicas. Durante o evento, Lula assinou um projeto de lei que garante a realização de cirurgias plásticas reparadoras pela rede do Sistema Único de Saúde (SUS) para mulheres que sofreram mutilações decorrentes de tratamentos de câncer.
A proposta também abrange os planos de saúde, obrigando-os a cobrir tais procedimentos quando se tratar de mutilação total ou parcial. O texto será encaminhado ao Congresso Nacional, refletindo um comprometimento do governo com a saúde e bem-estar da população.
Com essa atuação, Lula reforça sua posição de liderança e os compromissos do governo em relação à soberania nacional e ao desenvolvimento social e econômico, enquanto se prepara para os desafios impostos tanto internos quanto externos.