Nesta quinta-feira (17), durante uma agenda em Juazeiro, na Bahia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez declarações contundentes sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Lula afirmou que, no caso de condenação por parte do Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, o lugar de Bolsonaro é “no xilindró”. As declarações surgiram em meio a pressões do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para que o ex-mandatário brasileiro não fosse responsabilizado por suas ações.
Pressão internacional e resposta do governo brasileiro
Lula destacou que, apesar da pressão externa, a responsabilidade pela condenação de Bolsonaro cabe à Suprema Corte do Brasil. “Quem vai condenar Bolsonaro não é o presidente da República ou o governador da Bahia, mas a Suprema Corte brasileira. Se for condenado, o lugar dele é no xilindró”, declarou. Essa manifestação mostra a postura firme do atual presidente em relação à questão, reafirmando que “a lei vale para todo mundo”.
Durante seu discurso, o presidente também mencionou a taxação de 50% anunciada por Trump sobre produtos brasileiros, uma medida que o republicano tomou como forma de pressão política. Lula mencionou que o governo está buscando uma resposta conjunta à ameaça de taxação que pode entrar em vigor a partir do dia 1º de agosto. “Estamos juntando empresários, americanos, e vamos dar uma resposta”, completou o presidente.
Desafios da relação Brasil-EUA
No evento, Lula se manifestou sobre uma “carta desaforada” enviada por Trump, sugerindo que o presidente dos EUA se comporta como se fosse um “imperador do mundo”. O presidente brasileiro enfatizou a importância da soberania nacional, afirmando que “para cuidar do Brasil, quem cuida somos nós”. Essa declaração reflete a crescente tensão nas relações diplomáticas entre os dois países.
Lula também utilizou o evento para reforçar a ideia de uma aproximação com o empresariado, apresentando Trump como um “inimigo comum” que poderia unificar setores da sociedade civil em torno da defesa da democracia e da economia brasileira. Essa estratégia parece direcionada a reverter possíveis descontentamentos entre os industriais e o governo.
Reeleição e projetos para o futuro
Além de tratar das questões atuais envolvendo Bolsonaro e Trump, o presidente Lula sinalizou sua intenção de concorrer à reeleição em 2026. Em seu discurso, afirmou que está disposto a enfrentar as eleições para evitar que forças que tenham se oposto ao seu governo retornem ao poder. “Se for necessário ser candidato para evitar que essa turma do ‘coisa’ volte, fiquem certos de que serei candidato para ganhar essas eleições”, ressaltou.
Programas e investimentos na Bahia
A visita de Lula à Bahia também teve como objetivo a apresentação de resultados do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com foco em investimentos nas áreas de saúde, educação, mobilidade e qualidade de vida. Durante a cerimônia, que contou com a presença de autoridades locais, o presidente enfatizou a importância da participação municipal na escolha da aplicação dos recursos do programa.
Com isso, o governo espera não apenas mostrar resultados concretos em sua gestão, mas também reafirmar o compromisso com o desenvolvimento regional e o fortalecimento das políticas públicas brasileiras.
Por fim, a presença de Lula em estados como a Bahia e seu esforço por aproximar o empresariado, bem como sua postura firme em relação a Bolsonaro, evidenciam o cenário político complexo em que o Brasil se encontra, especialmente em um momento em que as relações externas estão sendo cada vez mais desafiadas.
Em suma, a fala do presidente Lula marca uma nova etapa em sua gestão, onde a independência dos poderes e a responsabilidade legal são colocadas em primeiro plano, ao mesmo tempo que busca unir forças internas contra pressões externas.
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