A corrida à Presidência do Brasil em 2026 se desenha com reviravoltas inesperadas, especialmente após a ameaça do ex-presidente americano Donald Trump de impor tarifas sobre exportações brasileiras. Essa situação, semelhante ao que ocorreu nas eleições dos Estados Unidos em 2020, traz à tona um presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que, mesmo com uma popularidade em queda, vê a oportunidade de reverter essa tendência. O jornal New York Times (NYT) e outras publicações estrangeiras destacaram como a retórica de Trump, que parece apoiar o ex-presidente Jair Bolsonaro, deu a Lula uma nova vida política, reacendendo esperanças de vitória nas próximas eleições.
Reação a Trump e a política interna brasileira
O NYT notou que a ameaça de Trump de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros causou um “embaralhamento no cenário político do Brasil”, proporcionando a Lula um “impulso inesperado”. A mensagem de Lula, “não vamos recuar diante de um valentão”, viralizou nas redes sociais e ofereceu um novo ânimo a seus apoiadores. Esse fenômeno surpreendente se insere em um contexto maior, onde a oposição a Trump tem mostrado resultados positivos em várias partes do mundo, como evidenciado por outras eleições em países como Canadá e Austrália.
O efeito “anti-Trump”
Além de Lula, a análise do NYT inclui dados de cientistas políticos que apontam uma tendência de apoio crescente ao petista, reforçada pela retórica nacionalista e defensiva que Lula tem adotado. As medidas de Trump, ao contrário de intimidar, parecem ter galvanizado a base de Lula, que agora mais do que nunca relembra aos brasileiros que “o Brasil é dos brasileiros”. Essa afirmação se tornou um lema recorrente em sua administração e encontrou espaço em suas interações nas redes sociais.
Mídia internacional e sua influência
Publicações como o La Nacion e a BBC também comentaram sobre esse efeito positivo para Lula. O La Nacion observou que, pela primeira vez no ano, o governo Lula conseguiu sinais de alívio em sua popularidade. Destacou que a gestão petista se articulou para responder à pressão externa com um discurso de defesa da soberania nacional. Essa abordagem política é crucial em um momento em que o Brasil se apresenta ao mundo como um ator autônomo e forte.
A pesquisa e a aprovação em alta
A agência Reuters revelou dados da pesquisa Genial/Quaest que indicaram uma reversão na tendência de queda da popularidade de Lula. A taxa de desaprovação do seu governo caiu de 57% para 53%, enquanto os índices de aprovação aumentaram de 40% para 43%. Para muitos analistas, esses números representam uma resposta direta à pressão gerada por Trump e suas tarifas, mostrando que a população brasileira pode estar começando a ver Lula com novos olhos, especialmente em uma perspectiva eleitoral.
O futuro político de Lula em 2026
As intenções de voto para Lula em 2026 também refletem essa recuperação. Uma nova pesquisa mostrou que o percentual de brasileiros desejando que Lula busque a reeleição subiu de 32% para 38%. Com essa mudança de cenário, Lula se reposiciona como um forte candidato diante de possíveis adversários, incluindo Jair Bolsonaro e outros nomes da direita.
Com um cenário político dinâmico e repleto de desafios, a interpretação dos dados e a resposta do eleitorado em relação às ameaças externas são essenciais. O “tarifaço” de Trump não apenas mudou a trajetória política de Lula, mas também ofereceu uma janela de oportunidade para uma nova fase em sua administração, agora mais nacionalista e em sintonia com as preocupações da população.
Ao seguir em frente, a administração Lula terá que equilibrar sua resposta às ameaças externas enquanto reconstrói sua imagem perante o eleitorado nacional, um desafio que, até agora, parece estar começando a se traduzir em apoio renovado.