A seleção brasileira de futebol feminino fez uma grande apresentação na última quarta-feira (16), derrotando a Bolívia por 6 a 0 na segunda rodada da Copa América Feminina, realizada no Estádio Gonzalo Pozo Ripalda, em Quito, Equador. Apesar da vitória expressiva, o sentimento entre as jogadoras e a comissão técnica foi de insatisfação, especialmente em relação à estrutura oferecida pela Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol).
Questões de aquecimento preocupam a comissão técnica
Após o final da partida, o técnico Arthur Elias não hesitou em expressar sua preocupação em uma coletiva de imprensa. Ele lamentou a impossibilidade das jogadoras realizarem o aquecimento adequado no campo antes da partida, alegação que se repetiu após o jogo de estreia contra a Venezuela, onde o Brasil venceu por 2 a 0.
“Posso dizer que a questão do aquecimento me preocupa muito. Tivemos uma jogadora hoje que, no fim do aquecimento, sentiu a possibilidade de ter algo muscular. Fizemos testes e ela foi para o jogo, mas se precisássemos trocá-la na última hora, a jogadora que entrasse o faria sem aquecimento, porque naquele lugar não cabem as 20 atletas de linha para aquecer. Isso é preocupante para a saúde das jogadoras e para o jogo em si”, afirmou o treinador.
Desempenho em campo e a falta de VAR
Apesar da goleada, a vitória brasileira poderia ter sido ainda maior se não fossem pelo menos dois gols mal anulados por impedimento. Um detalhe importante a ser destacado é que a fase de grupos da Copa América Feminina não conta com o uso da tecnologia de árbitro de vídeo (VAR), algo que foi questionado por Arthur Elias durante a coletiva. Segundo ele, a ausência do VAR pode afetar diretamente a Justiça nas partidas e, consequentemente, a classificação das equipes.
“No futebol sul-americano, precisamos ter mais cuidado. Perguntei à árbitra sobre os critérios, porque a Fifa recomenda que a bola esteja em jogo, no mínimo, 60% do tempo. No segundo tempo, tivemos apenas 32% de tempo com a bola rolando, e no primeiro, menos de 40%. Isso é muito ruim e pode ser determinante para a classificação”, criticou Elias.
Classificação e próximos desafios
Após a vitória sobre a Bolívia, o Brasil se torna líder do Grupo B, somando seis pontos, enquanto o Paraguai ocupa a segunda posição com três pontos, seguido por Colômbia e Venezuela com um ponto cada, e a Bolívia com zero. As jogadoras brasileiras terão um descanso na terceira rodada e retornarão ao campo na próxima terça-feira (21) para enfrentar as paraguaias novamente no Estádio Gonzalo Pozo Ripalda, às 21h (horário de Brasília), com transmissão ao vivo pela TV Brasil.
O desempenho da equipe na Copa América é um fator crucial para a preparação para a Copa do Mundo de 2027, que será realizada no Brasil. Portanto, as críticas de Arthur Elias refletem uma necessidade urgente de melhorias nas condições oferecidas pela Conmebol, que são vitais para o desenvolvimento e a saúde das atletas que representam o país.
Os fãs de futebol feminino aguardam ansiosos pela próxima partida, torcendo para que a seleção continue seu bom desempenho e que as questões levantadas pela comissão técnica sejam ouvidas e resolvidas, garantindo um espetáculo ainda mais digno do futebol feminino.
