Brasil, 17 de julho de 2025
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Arcebispo Jacques Mourad destaca a luta dos cristãos na Síria

A situação dos cristãos na Síria é alarmante, afirma o Arcebispo Jacques Mourad em recente declaração.

Recentemente, o Arcebispo Jacques Mourad retornou de Roma, onde participou do Sínodo dos Bispos da Igreja Católica Siríaca. De volta à sua diocese em Homs, ele se dedicou a celebrar as Primeiras Comunhões, eventos que ele considera sinais de esperança em tempos sombrios. Ele expressa sua preocupação com a situação atual na Síria, alertando que, a seu ver, “a Síria acabou como país”. As palavras de Mourad ressaltam a urgência de proteger os fiéis e garantir o futuro da Igreja na região, pois muitos cristãos enfrentam um cenário de crescente hostilidade e violência.

A voz de quem está no meio do sofrimento

O arcebispo Mourad, um monge da comunidade Deir Mar Musa, vive a realidade trágica de sua pátria. Em suas declarações, ele menciona o massacre de cristãos em Damasco ocorrida em 22 de junho, quando muitos estavam reunidos para a celebração dominical na Igreja de Santo Elias. Ele enfatiza que a Igreja deve continuar sua missão apesar do sofrimento, destacando que “esta é a vontade de Jesus”. Mourad reitera que a ideia de esvaziar a Síria de cristãos não é a vontade divina, e sim uma preocupação que deve ser enfrentada em conjunto pela comunidade e pela Igreja.

A tragédia dos cristãos e a responsabilidade do governo

O arcebispo critica as autoridades governamentais, que após o massacre tentam descrever os cristãos como parte inalienável do povo sírio. Para Mourad, essa é uma declaração vazia se não estiver acompanhada de ações concretas para garantir segurança a todos os cidadãos. “O governo tem responsabilidade direta por tudo o que aconteceu. E não falo apenas dos cristãos, mas de toda a população síria, que sofre com a repressão e a violência”, afirma. Ele vê as promessas de proteção dos cristãos como palavras vazias que, longe de oferecer alívio, reforçam um sentimento de ameaça e insegurança.

Um legado arruinado

O Arcebispo Mourad destaca que a Síria possui um longo legado cultural e histórico, porém, os governos recentes parecem determinados a destruí-lo. Ele fala sobre a falta de proteção aos locais considerados Patrimônios da Humanidade e a necessidade urgente de proteger o que resta da civilização síria. “A UNESCO pode declarar muitos lugares como Patrimônios da Humanidade, mas, de fato, ninguém os protege. Precisamos proteger nosso patrimônio imaterial, que é a população”, afirma.

Diálogo em tempos de terror

As narrativas de terror na Síria estão mudando constantemente, e as autoridades tentam transferir a responsabilidade para forças externas, um recurso que Mourad considera igualmente ineficaz. As comunidades cristãs, no entanto, continuam a trabalhar pelo diálogo e pela coexistência pacífica entre diversos grupos religiosos. Mourad acredita que a Igreja é a única referência de esperança para todo o povo sírio. “Estamos fazendo tudo para ajudar nosso povo, independentemente da fé”, enfatiza.

Um pedido de ajuda ao Papa

No último Sínodo realizado em Roma, Mourad teve a oportunidade de se encontrar com o Papa Leão, que expressou apoio à Igreja na Síria. O arcebispo pediu ao pontífice que incentivasse a Igreja Católica a intensificar suas ações em favor do povo sírio, especialmente nas áreas de educação e saúde, fundamentais para o futuro das novas gerações. Ele reconhece que “a emigração cristã é um problema real e, se não oferecermos condições dignas de vida, os jovens não terão outra opção senão partir”.

O futuro da Igreja na Síria

Para o Arcebispo Jacques Mourad, o futuro é desafiador, mas a esperança está nas pequenas ações diárias de acolhimento e apoio às comunidades. Ele afirma que a missão da Igreja não é apenas espiritual, mas também social, buscando ajudar todos que sofrem na Síria, promovendo um ambiente de diálogo e respeito. “Temos que avançar e continuar nossos trabalhos missionários porque essa é a vontade de Deus. Acreditamos que a Igreja deve permanecer na Síria, e estamos dispostos a lutar por isso”, conclui Mourad, reafirmando o compromisso de proteger e amparar os cristãos e a população em geral.

Enquanto os desafios são enormes, o exemplo do Arcebispo Mourad se torna uma luz de esperança em meio à escuridão. Ele encoraja todos a continuar a caminhada, promovendo um futuro onde a dignidade humana e a coexistência pacífica sejam as bases de uma nova Síria.

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