O vice-presidente Geraldo Alckmin lidera uma série de encontros nesta semana com representantes do setor industrial e de comércio exterior para elaborar uma resposta à ameaça de tarifa de 50% imposta pelo governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, a partir de 1º de agosto. A iniciativa visa reforçar a interlocução do governo brasileiro com o setor produtivo e estabelecer estratégias de retalição, caso seja necessário.
Reuniões estratégicas com setores produtivos
Nesta quinta-feira, Alckmin manteve encontros presenciais e virtuais que envolvem lideranças empresariais. Pela manhã, participou de uma videoconferência com Marco Stefanini, presidente global do Grupo Stefanini, e recebeu Rogério Duair Jacomini Nunes, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Semicondutores (ABISEM). À tarde, reuniu-se com Mário Batista, presidente da Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP), e Jorge Viana, presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).
A agenda ocorre após o governo publicar um decreto que regula a Lei da Reciprocidade Econômica, ferramenta que pode ser utilizada para retaliar países que imponham barreiras tarifárias a produtos brasileiros. Segundo especialistas, essa medida reforça a postura do Brasil de responder às ações protecionistas de outros países.
Contexto político e econômico da resposta brasileira
Alckmin já havia se reunido na semana passada com empresários do setor industrial, do agronegócio, além de representantes da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), da Câmara Americana de Comércio (Amcham) e com presidentes do Congresso Nacional. Essas conversas demonstram a intenção do governo de alinhar uma estratégia conjunta diante do cenário de aumento de tarifas.
Segundo fontes do governo, o objetivo é criar uma postura firme de defesa dos interesses brasileiros sem prejudicar as relações comerciais internacionais, especialmente com os Estados Unidos. “Estamos buscando alternativas que possam evitar uma escalada de tarifas e proteger nossos setores mais sensíveis”, afirmou uma fonte próxima às negociações.
Perspectivas futuras e impacto na diplomacia econômica
A expectativa é que, após as reuniões, o governo apresente uma resposta coordenada que possa incluir medidas de retaliação, de acordo com a Lei da Reciprocidade. Além disso, o governo também trabalha para fortalecer a interlocução com Estados aliados na Organização Mundial do Comércio (OMC) e promover negociações diplomáticas visando diminuir o impacto dessas tarifas sobre a economia brasileira.
O avanço dessas conversas mostra a tentativa do governo de preservar interesses comerciais e evitar uma recessão decorrente de medidas protecionistas. O resultado dessas ações será avaliado nas próximas semanas, com especial atenção ao posicionamento dos parceiros internacionais e às possíveis respostas dos setores produtivos nacionais.