Brasil, 17 de julho de 2025
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A guerra oculta pelos filhos perdidos da Ucrânia

Mais de 19 mil crianças ucranianas foram sequestradas por forças russas, um crime de guerra que ameaça a esperança de reintegração

No terceiro aniversário da invasão russa à Ucrânia, a questão dos mais de 19 mil filhos sequestrados por Moscou permanece sem solução. Segundo autoridades em Kyiv, essas crianças foram levadas à força para a Rússia, num ato considerado um grave crime de guerra internacional.

O impacto da captura de crianças na paz e na esperança de retorno

Desde o início do conflito, cerca de 1.200 crianças já retornaram à Ucrânia com o esforço incansável de familiares e organizações humanitárias. No entanto, o governo de Kyiv estima que ainda há mais de 19 mil crianças para serem recuperadas, uma tarefa que se torna mais difícil à medida que passam os meses.

Especialistas indicam que o tempo e a propaganda russas dificultam a reintegração dessas crianças. Um caso emblemático foi o de Serhii, um menino de 11 anos que, após meses em um internato na Rússia, recusou-se a falar com seus parentes, convencido de que Ukraine tinha sido destruída e que morreria de fome ao voltar.

Reconhecimento internacional e desafios diplomáticos

Desde março, os Estados Unidos suspenderam o financiamento de programas dedicados a rastrear e recuperar crianças sequestradas, embora o governo continue colaborando com doadores privados. Em nota, o Departamento de Estado afirmou que o presidente Donald Trump manteria o esforço de ajudar no retorno dos menores.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, tem reiteradamente pedido a volta das crianças nas negociações de paz, assim como legisladores em Washington. Um grupo bipartidário do Senado propôs uma resolução em maio exigindo a devolução de todos os menores antes de qualquer acordo com Moscou.

Perspectivas futuras e obstáculos na recuperação

Especialistas alertam que, além da dificuldade logística, o maior desafio é conter a propaganda pró-Rússia que tenta apagar a identidade dessas crianças. A comunidade internacional reconhece que a disposição de Putin de deixar essas crianças na Rússia representa uma violação grave dos direitos humanos e um obstáculo à paz duradoura.

Segundo estudos independentes de Yale, mais de 8.400 crianças já foram rastreadas por fontes públicas e redes sociais, o que reforça a dimensão e a complexidade do sequestro sistemático promovido por Moscou durante o conflito.

Embora esforços diplomáticos continuem, a esperança de devolver esses menores ao lar permanece dependente de uma vontade política firme e de uma maior pressão internacional contra os delitos do Kremlin.

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