O ex-presidente Donald Trump justificou o aumento de tarifas comerciais ao Brasil, alegando que a medida foi tomada por motivos que vão além da relação bilateral, tendo forte ligação com interesses de grandes empresas de tecnologia. Essa leitura ganha força no governo Lula, onde interlocutores apontam que o “tarifaço” tem mais a ver com as big techs e a regulação das redes sociais do que com questões jurídicas relacionadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
O significado do “BBB” no cenário político e econômico
Desde o início da crise envolvendo as tarifas impostas por Trump, o governo Lula tem utilizado o termo “BBB” como uma espécie de código para entender o pano de fundo do conflito: B de Bolsonaro, B de Brics e B de big techs. Segundo fontes do Palácio do Planalto, essa combinação reforça a hipótese de que as ações de Trump estejam alinhadas aos interesses das gigantes da tecnologia.
Big techs e a ação do STF no centro das atenções
Analistas avaliam que Bolsonaro estaria sendo apenas uma peça nesse arranjo, sendo considerado um “boi de piranha” pelo governo Lula. A estratégia, segundo essas fontes, também visa direcionar críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF), que tem tratado do tema das redes sociais e da regulação digital com menor intervenção do Congresso.
Trump e o ataque às ações do STF
Na carta dirigida ao governo brasileiro, Trump criticou o processo judicial que investiga ações do ex-presidente Bolsonaro, caracterizando-as como uma caçada às bruxas e censura às plataformas digitais. Não há detalhes específicos nas declarações do ex-presidente, mas a manifestação reforça a narrativa de que as tarifas e as ações judiciais são parte de uma manobra mais ampla.
Energia de Itaipu e interesses das big techs
Outro aspecto que tem passado despercebido é a crise diplomática entre Brasil e Paraguai, relacionada à venda do excedente de energia da hidrelétrica de Itaipu. Recentemente, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, afirmou que há interesse em comprar essa energia para abastecer data centers de inteligência artificial — ou seja, as big techs.
Segundo informações do blog, a espionagem da Agência Brasileira de Informações (Abin) no Paraguai tinha como objetivo descobrir se os Estados Unidos estavam por trás dos movimentos de ONGs paraguaias que defendem o rompimento do acordo de Itaipu, permitindo que o país vizinho venda energia a outros mercados. Rubio reforçou essa tese ao dizer que a Casa Branca deseja adquirir energia de Itaipu para alimentar centros de dados com tecnologia avançada.
Implicações e interesses estratégicos
Especialistas apontam que toda essa movimentação indica uma articulação mais complexa, envolvendo interesses geopolíticos e tecnológicos, favorecendo sobretudo as big techs na expansão de seus centros de análise de dados e inteligência artificial. Assim, o tarifão de Trump e a controvérsia em torno de Itaipu são peças de um tabuleiro que aponta para o fortalecimento do domínio de grandes corporações tecnológicas no Brasil e na América do Sul.
A análise desses movimentos sugere que as ações dos Estados Unidos, aliadas às estratégias das multinacionais, podem alterar o cenário político e econômico na região, além de aprofundar as disputas pelo controle energético e digital.
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