Brasil, 16 de julho de 2025
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Rui Costa critica investigação dos EUA sobre o Pix e comércio no Brasil

O ministro Rui Costa questiona os interesses dos EUA na investigação sobre o sistema de pagamentos Pix e o comércio na Rua 25 de Março, em SP.

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, fez declarações contundentes nesta quarta-feira (16/7) sobre os interesses dos Estados Unidos em relação ao sistema de transferência monetária instantânea, conhecido como Pix, e ao comércio de produtos na famosa Rua 25 de Março, em São Paulo. O Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR) anunciou o início de uma investigação contra o Brasil, alegando práticas comerciais consideradas desleais.

Investigações dos EUA e a seção 301

A investigação dos EUA é fundamentada na seção 301 da legislação comercial americana, que permite ao governo dos Estados Unidos tomar medidas coercitivas contra países que, na visão de Washington, adotam práticas comerciais desleais. Os EUA alegam que o Brasil permite a pirataria em algumas regiões do país e que o sistema de pagamentos eletrônicos, como o Pix, é uma forma de comércio digital injusto.

“É inacreditável que uma das duas maiores potências do mundo esteja se preocupando com a Rua 25 de Março e com um sistema de pagamentos que é amplamente aceito e utilizado por brasileiros”, afirmou Rui Costa, enfatizando a perplexidade diante da atitude americana. O ministro ressaltou a importância do Pix, que se tornou um meio de pagamento essencial para a população e as empresas no Brasil.

Diálogo e resposta ao tarifaço

Em meio a essas tensões, Rui Costa afirmou que o Brasil está disposto a manter um diálogo aberto com os Estados Unidos. Segundo ele, as medidas adotadas pelo governo americano, incluindo taxas de 50% sobre produtos brasileiros, são uma tentativa de dividir o país, mas que, em vez disso, devem unir a população brasileira independentemente de diferenças políticas.

“Nenhuma outra nação tem o direito de interferir nas decisões do Brasil, seja na Rua 25 de Março ou no nosso sistema de pagamento. Essa é uma decisão que cabe somente a nós”, afirmou o ministro, reforçando a soberania do Brasil sobre suas políticas econômicas.

Aumento das tarifas e seus impactos

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, também se manifestou sobre a situação, direcionando críticas ao deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que estaria articulando essas medidas contra o Brasil. A nova alíquota, que entrará em vigor em 1º de agosto, tem o potencial de prejudicar diversos setores da economia, especialmente o agronegócio e a indústria de aviação.

“As tarifas podem impactar milhões de empregos em vários setor. Não é uma questão de ideologia, mas sim do futuro do nosso país”, ressaltou Costa Filho, defendendo a necessidade de uma resposta firmada diante do que considera um ataque à economia brasileira.

O comércio Brasil-EUA em números

Os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, tendo registrado um intercâmbio comercial de aproximadamente US$ 20 bilhões em exportações e US$ 21 bilhões em importações no ano passado, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Os produtos mais exportados incluem aeronaves e seus equipamentos, totalizando US$ 2,7 bilhões.

O presidente da Embraer, Francisco Gomes Neto, alertou que a nova taxação pode resultar em um impacto de R$ 20 bilhões até 2030 para a empresa, o que representa não apenas um desafio para a aviação, mas também uma ameaça ao emprego e à economia do Brasil.

Resposta do governo brasileiro

O vice-presidente Geraldo Alckmin está à frente das negociações com o governo dos EUA para buscar uma solução diplomática que evite a aplicação dessas tarifas. Em contrapartida, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que, caso não haja um acordo, o Brasil poderá aplicar uma taxa semelhante de 50% sobre produtos norte-americanos como resposta às medidas adotadas por Trump.

Com a situação ainda em desenvolvimento, o governo brasileiro se vê diante de um desafio para proteger sua economia e a dignidade nacional face a um dos principais parceiros comerciais do país. A política comercial futura entre Brasil e Estados Unidos será crucial, não apenas para as relações bilaterais, mas também para a estabilidade econômica no Brasil.

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