Robert Francis Prevost, agora conhecido como Papa Leão XIV, dedicou 11 anos de sua vida à missão nas paróquias de Trujillo, no Peru. Durante esses anos, ele se tornou uma figura querida entre os habitantes e seus confrades agostinianos, sendo lembrado como um homem de profunda espiritualidade e de exigências. As comemorações em seu aniversário, que eram feitas até quinze vezes, são uma prova do carinho que os fiéis nutriram por ele. Prevost se destacou não apenas por sua liderança, mas também por sua humildade e capacidade de estabelecer laços com as pessoas ao seu redor.
Um pacto de amor em Trujillo
Ao chegar a Trujillo em 1987, Prevost assumiu vários papéis, desde formador de futuros agostinianos até professor universitário e pároco nas igrejas de Santa Rita e Nossa Senhora de Montserrat. O padre Juan, um de seus colegas, o descreve como “um homem de proximidade, mas também de exigência”. Os paroquianos lembram de sua bondade e de como ele os tratava como iguais, o que fez com que todos se sentissem acolhidos e valorizados. “Ele era querido por todos”, diz Ivonne, sacristã da Paróquia de Santa Rita de Cássia.
A cidade de contrastes
Trujillo, capital da região de La Libertad, é uma cidade rica em história, contradições sociais e culturais. Enquanto seus antiquados prédios e a majestosa catedral se destacam, muitos bairros carentes revelam um retrato de pobreza e abandono. Prevost viveu esta realidade intensamente, abraçando as dificuldades enquanto oferecia apoio aos mais necessitados. Graças à sua abordagem de proximidade e misericórdia, ele se tornou um símbolo de esperança para aqueles que enfrentavam adversidades. O povo local, que carinhosamente o chama de “padre Roberto”, se inspira em sua trajetória de vida.
Momentos que marcam a memória
A Casa Agostiniana, onde Prevost viveu, ainda carrega suas lembranças. Os confrades preservam seus pertences como relíquias, lembrando com carinho dos momentos que compartilharam. O padre Alberto Saavedra menciona que Prevost sempre enviava cartões de aniversário aos confrades, demonstrando sua atenção e carinho mesmo quando estava longe. “Ele sempre se preocupava com nós”, complementa o padre Ramiro Castillo, que compartilha histórias sobre as ligações que Prevost fazia aos jovens em formação, perguntando sobre suas vidas e vocações.
Espiritualidade e exigência
A relação de Prevost com seus alunos e colegas não se limitava a encontros formais; ele se tornava parte da vida cotidiana deles. O padre Juan Seminario descreve-o como alguém que meditava antes de falar e que sempre se preocupava em corrigir injustiças com sabedoria e calma. Sua espiritualidade era contagiante, e muitos o viam como um homem que ansiava por uma conexão profunda com Deus. Essa busca não se restrigia apenas a sua vida espiritual; ele também exigia altos padrões acadêmicos de seus alunos, buscando sempre o melhor para aqueles que o rodeavam.
Legado que transcende fronteiras
Robert Prevost pode ter partido de Trujillo, mas seu legado continua vivo na memória da população. As histórias sobre seu carinho e liderança se entrelaçam com o tecido social da cidade. Hoje, como Papa Leão XIV, ele traz consigo essa rica bagagem de experiências e conexões. Em uma era em que a Igreja enfrenta muitos desafios, a verdadeira essência de sua mensagem de amor, misericórdia e aproximação continua sendo um farol de esperança e fé para todos.
À medida que o mundo observa seu novo papel, a comunidade de Trujillo ressoa com um sentimento de orgulho e gratidão. Eles sabem que, independentemente do título que Prevost tenha agora, ele sempre será o “padre Roberto” – o homem do sorriso e da exigência, cujas marcas em suas vidas são indeléveis.
Com esse legado, Robert Prevost não apenas representa a Igreja, mas também todos aqueles que sonham em transformar a sociedade através do amor e da espiritualidade. A cidade de Trujillo, onde tanto investiu, continua sendo um testemunho de sua vida dedicada ao próximo.
