A cidade de Miami se tornou um dos principais destinos para mulheres que desejam realizar a cirurgia de lifting de glúteos brasileira, conhecida como BBL. Contudo, enquanto algumas conseguem atingir os resultados desejados, um crescente número de relatos aponta para práticas perigosas que podem resultar em consequências fatais. A tragédia recente da policial Wildelis Rosa, que faleceu após a cirurgia, traz à tona a urgência de discutir a segurança desse procedimento.
O aumento da procura por cirurgias plásticas em Miami
Anualmente, mais de 15.000 mulheres de diversas partes do mundo viajam para Miami em busca de uma nova silhueta. As promessas de um corpo mais curvilíneo e a atração pelo clima ensolarado da Flórida seduzem as pacientes, que muitas vezes não estão cientes dos riscos envolvidos. O procedimento consiste em remover gordura de áreas como abdômen e coxas e injetá-la nos glúteos para um contorno mais desejável. No entanto, a falta de regulamentações em algumas clínicas gera um ambiente propenso a abusos e negligência.
Práticas perigosas em clínicas de Miami
Infelizmente, várias clínicas têm se destacado por práticas duvidosas. O Dr. Pat Pazmino, um cirurgião plástico renomado de Miami, destacou que, em muitas ocasiões, os pacientes não passam por um exame físico adequado antes de serem aprovados para o procedimento. Em vez disso, recepcionistas realizam avaliações com base em fotos enviadas pelas pacientes. Além disso, cirurgiões frequentemente voam de outras cidades para realizar operações em série, colocando a saúde das pacientes em risco.
- Pacientes frequentemente não recebem um exame físico antes da cirurgia, sendo “diagnosticadas” por recepcionistas apenas com fotos.
- Cirurgiões atacam o mercado com operações em massa, gerando riscos pela falta de cuidados adequados.
- Clínicas com histórico de queixas simplesmente trocam de nome após problemas e continuam operando no mesmo local.
- Casas de recuperação, em muitos casos, são aluguéis de baixa qualidade, sem cuidados médicos adequados.
- Cirurgiões desonestos criam credenciais falsas para enganar as pacientes.
Casos de fatalidades durante cirurgia de BBL
Nos últimos anos, relatos de mortes relacionadas ao BBL têm aumentado. Wildelis Rosa, de apenas 26 anos, faleceu devido a complicações após o procedimento. Em um caso separado, a mãe de uma criança, Ahmonique Miller, também perdeu a vida em circunstâncias desconcertantes. Ambas as mulheres receberam o procedimento em clínicas com péssimos históricos de segurança.
A tragédia de Rosa ilustra a falta de cuidados pós-operatórios. Após a cirurgia, ela foi liberada em um Airbnb onde não havia supervisão médica adequada, sendo assistida apenas por uma amiga. Isso levanta questões sérias sobre o nível de responsabilidade e cuidado oferecido por algumas clínicas de estética. De acordo com o relatório do médico legista, a morte de Rosa foi resultado de um embolo pulmonar devido a trombose venosa profunda, um risco explícito do BBL.
Agregado de riscos com assutadores preços baixos
Adicionalmente, outro fator que atrai pacientes são os preços drasticamente reduzidos em comparação com clínicas mais respeitáveis. Algumas ofertas chamativas de preços que variam de US$ 2.000 a US$ 6.000 são sedutoras, mas representam um risco substancial. As pacientes devem ter sempre cautela e pesquisar minuciosamente sobre a clínica e os profissionais envolvidos na cirurgia.
Buscando soluções e segurança no setor
O Dr. Pazmino tem trabalhado para melhorar a segurança do BBL, desenvolvendo tecnologias que visam reduzir fatalidades durante a cirurgia. Em 2023, foi implementada uma nova legislação na Flórida obrigando o uso de sistemas de ultrassom que ajudam a evitar injeções fatídicas. Apesar disso, a prática ainda não é a norma em todas as clínicas, e o problema contínuo da operação de práticas não regulamentadas persiste.
Os pacientes são aconselhados a verificar cuidadosamente as credenciais dos cirurgiões e a informações sobre clínicas. Em um cenário onde os preços são atraentes, é fácil ser enganado por credenciais falsas. É fundamental que as mulheres interessadas em realizar um BBL considerem a segurança como uma prioridade.
O caminho para um corpo desejado não deve colocar em risco a segurança e a vida. O caso de Wildelis Rosa e de outras mulheres deve servir como um alerta poderoso sobre os perigos do BBL e a necessidade urgente de uma regulamentação mais rígida nas clínicas de estética.
