Brasil, 16 de julho de 2025
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Portugal vota hoje pacote anti-imigração com forte influência da ultradireita

Aprovação do pacote enfrenta resistência, mas aproxima o governo de Portugal do discurso radical da ultradireita Chega

O Parlamento de Portugal realiza nesta quarta-feira (24) a votação do pacote de medidas anti-imigração, após o adiamento da primeira fase. A proposta, que já enfrenta debates acirrados, é considerada uma das mais restritivas da história recente do país, reforçando a aproximação do governo de centro-direita com a ultradireita.

Contexto e impacto do pacote anti-imigração

O governo enviou o pacote à Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, recebendo contribuições do partido ultradireita Chega. As mudanças propostas tornam mais rígidas regras de reagrupamento familiar, restrições ao visto de residência e limitações ao pedido de regularização para brasileiros e outros imigrantes, fortalecendo a agenda de direita radical.

Principais alterações do pacote anti-imigração

  1. Reagrupamento familiar: restringir a regularização de familiares ao imigrante que possuir pelo menos dois anos de autorização de residência e limitar o pedido às famílias que possam provar convivência prévia no país de origem.
  2. Autorização de residência: vetar a possibilidade de turistas sem visto prévio solicitarem autorização de residência em Portugal, incluindo membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
  3. Visto de trabalho: limitar o visto para procura de emprego a profissionais considerados qualificados pelo governo.

Além das mudanças na legislação, o pacote também prevê uma abordagem policial mais incisiva, com restrições ao reagrupamento familiar e à regularização de imigrantes em situação irregular, ações que têm recebido críticas de organizações de defesa dos direitos humanos e de brasileiros que vivem no país.

Repercussões e controvérsias

O governo de Portugal, liderado pelo primeiro-ministro Luís Montenegro, apresenta a medida como necessária para o controle migratório e a gestão de recursos públicos. No entanto, a oposição e setores da sociedade alertam para o risco de reforçar uma política excludente e prejudicial aos direitos dos imigrantes.

Internamente, o vice-líder do partido ultradireita Chega, André Ventura, reforça suas posições radicais, aproveitando o momento para ampliar sua influência no Parlamento. Já o líder parlamentar da Aliança Democrática, Hugo Soares, afirmou que o posicionamento de “não à ultradireita” permanece, embora reconheça mudanças recentes no discurso oficial.

Além disso, o primeiro-ministro Montenegro, em um evento da “SIC Notícias”, declarou que o partido vê o Chega como uma “alternativa futura de governo”, evidenciando a aproximação política entre ambos. Essa postura contrasta com o discurso anterior de Montenegro, que se mostrava mais reticente às políticas radicais.

Perspectivas futuras

A expectativa é que a votação seja decisiva para definir o futuro das políticas migratórias em Portugal. Caso aprovado, o pacote deverá fortalecer as medidas restritivas, dificultando o reagrupamento familiar e a regularização de brasileiros, além de aumentar o controle policial sobre os imigrantes.

O movimento ocorre em meio a debates nacionais e internacionais sobre a imigração e os direitos humanos na Europa, marcando uma tendência de endurecimento das políticas migratórias em vários países do continente.

Para acompanhar o desenrolar da votação e seus efeitos, siga as análises no O Globo.

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