Brasil, 16 de julho de 2025
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Pix, sistema de pagamento brasileiro, entra na mira dos EUA

Relatório do governo americano acusa o Pix de práticas desleais, potencialmente impactando negócios de empresas americanas no Brasil

O Pix, sistema de pagamento instantâneo lançado oficialmente em fevereiro de 2020 no Brasil, voltou a ser alvo de críticas internacionais. Segundo relatório do Escritório do Representante do Comércio dos EUA (USTR), a plataforma pode estar adotando práticas desleais que favorecem serviços nacionais e prejudicam empresas estrangeiras.

Impactos do Pix na economia e na concorrência internacional

Nos últimos anos, o Pix revolucionou o sistema financeiro brasileiro, movimentando R$ 26,455 trilhões em 2024, conforme dados do Banco Central (BC). A facilidade, rapidez e gratuidades do sistema provocaram uma redução significativa na receita de bancos tradicionais e dificultaram o desenvolvimento de alternativas como Google Pay e Apple Pay no país.

O documento do governo americano aponta que o modelo brasileiro de pagamento pode afetar negativamente os negócios de companhias americanas no Brasil, ao adotar práticas consideradas “desleais”, incluindo favorecimento de serviços de pagamento eletrônicos vinculados ao Estado.

Críticas de Washington e repercussões globais

De acordo com o relatório da USTR, as práticas adotadas pelo Brasil no setor de pagamentos podem aumentar riscos, custos e restringir a atuação de empresas estrangeiras no comércio digital. “O Brasil parece adotar uma série de práticas desleais, incluindo favorecer os serviços de pagamento desenvolvidos pelo governo”, afirma o documento.

Este não é o primeiro caso em que os Estados Unidos criticam um sistema de pagamento estrangeiro. Alterações similares aconteceram com o sistema indonésio QRIS, criado para unificar pagamentos via QR Code no país. Em 2025, após negociações, o governo indonésio reduziu a tarifa de 32% para 19%, mesmo assim permanecendo sob observação americana.

Conflito e estratégias comerciais internacionais

Washington combina as críticas aos meios de pagamento com questões relacionadas a multas impostas a redes sociais que não cumprem ordens judiciais de suspensão de conteúdo de discurso de ódio. Segundo analistas, essas ações podem prejudicar a competitividade das empresas americanas no mercado digital e de pagamentos eletrônicos, ao elevar seus custos e dificultar sua operação.

O conflito se dá em um momento de tensões comerciais entre Brasil e EUA, onde o Pix representa um avanço na autonomia do país em relação aos sistemas de pagamentos internacionais, preenchendo uma lacuna deixada por instituições como Visa e Mastercard, sobretudo para os pequenos comerciantes e consumidores de baixa renda.

Perspectivas futuras

Especialistas avaliam que a atenção dos EUA ao Pix reflete uma estratégia de pressionar o Brasil a abrir seu mercado financeiro para interesses estrangeiros, ao mesmo tempo em que o sistema brasileiro fortalece a inclusão financeira nacional. O governo brasileiro, por sua vez, tem reafirmado a soberania do modelo de pagamento nacional e a importância do Pix na democratização do acesso a serviços financeiros.

A disputa deve continuar nos próximos meses, com possíveis negociações diplomáticas e ajustes regulatórios, além de debates sobre a reciprocidade no setor de pagamentos internacionais. A questão revela não apenas uma disputa comercial, mas também as complexidades de uma economia globalizada, na qual as inovações tecnológicas desafiam regimes tradicionais e acordos internacionais.

Para mais detalhes, acesse o fonte oficial.

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