Brasil, 16 de julho de 2025
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Pix é investigado por EUA por suposta prática desleal

Sistema de transferências instantâneas brasileiro é alvo de investigação do governo dos Estados Unidos, que questiona se é uma prática injusta

O sistema de pagamento instantâneo Pix, criado pelo Banco Central do Brasil, está sendo alvo de investigação aberta pelo Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR). A ação, divulgada nesta terça-feira (15), foi solicitada pelo presidente Donald Trump e questiona se o Pix constitui uma prática desleal ao favorecer serviços de pagamento desenvolvidos pelo próprio governo brasileiro.

Polêmicas e críticas envolvendo o Pix

Segundo o USTR, o Brasil parece adotar práticas injustas relacionadas a serviços de pagamento eletrônico, incluindo o apoio às soluções nacionais, como o Pix. A investigação levanta dúvidas sobre o caráter gratuito do sistema, que poderia prejudicar receitas de bancos tradicionais, que investiram em seus próprios sistemas de transferência e pagamento.

O Banco Central e a Federação Brasileira de Banco (Febraban) ainda não se pronunciaram oficialmente sobre o questionamento, mesmo após tentativas de contato feitas pelo G1 para entender se o Pix poderia ser considerado uma prática desleal no contexto internacional.

Recordes de uso e crescimento acelerado em 2024

Lançado em novembro de 2020, durante a pandemia de Covid-19, o Pix atingiu recorde de volume em 2024, ao transferir R$ 26,46 trilhões. Esse valor representou uma alta de 54,6% em relação a 2023, quando o sistema movimentou R$ 17,12 trilhões, segundo dados do Banco Central.

O número de transações também atingiu patamares históricos. Foram 63,5 bilhões de operações no ano passado, frente a 41,68 bilhões em 2023. No aniversário de quatro anos do sistema, em novembro de 2023, Renato Gomes, diretor de Organização do Sistema Financeiro do Banco Central, destacou que o Pix aproxima toda a população brasileira do uso do pagamento digital.

Inovações e novidades do sistema

Enquanto o debate internacional sobre o Pix se intensifica, o Banco Central continua aprimorando a ferramenta. Em outubro de 2024, começou a funcionar o Pix Agendado Recorrente, que permite agendar pagamentos mensais automáticos, simplificando rotinas, como pagamento de aluguel.

Em fevereiro, foi lançada a possibilidade de pagamento por aproximação, permitindo que os usuários realizem transações apenas aproximando o celular do ponto de venda, semelhante ao uso com cartões. Já em junho, o BC introduziu o Pix Automático, para facilitar o pagamento de contas recorrentes, como água, energia, mensalidades escolares e taxas de condomínio.

Perspectivas para o futuro e internacionalização

O Banco Central também trabalha para expandir o uso do Pix além das fronteiras brasileiras. A instituição avalia a implementação do Pix internacional, que já é aceito parcialmente em países como Argentina, Estados Unidos (Miami e Orlando) e Portugal. Ainda que sem previsão definitiva, a iniciativa visa conectar sistemas de pagamento instantâneo entre países.

Além disso, o BC desenvolve o Pix Garantido, uma ferramenta que permitirá parcelamentos futuros, oferecendo uma alternativa ao cartão de crédito para cerca de 60 milhões de brasileiros, conforme destacou o presidente da instituição, Gabriel Galípolo.

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