Brasil, 16 de julho de 2025
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O retorno das cirurgias psicossuricas no tratamento de transtornos mentais

Avanços na microcirurgia oferecem esperança para pacientes com OCD resistentes ao tratamento.

No contexto atual da medicina, um novo caminho surge para pacientes que não encontraram sucesso nos tratamentos tradicionais de saúde mental: as cirurgias psicossuricas. Hoje, essas intervenções são significativamente diferentes das lobotomias do passado, marcadas por maior precisão e ética. Um exemplo notável é a história de Anya, uma mulher que, após seis anos lutando contra o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), se tornou uma das participantes em um dos tratamentos experimentais mais avançados disponíveis.

A transformação na psicocirurgia

A psicocirurgia, há muito tempo envolta em polêmica devido a práticas passadas, está passando por uma reformulação. Em vez de abrir o crânio e cortar o cérebro, as técnicas modernas utilizam a estimulação cerebral não invasiva. Os avanços da neurociência e da imagem cerebral permitem intervenções mais precisas, como o uso de ultrassom focalizado guiado por ressonância magnética, que aumenta a precisão do tratamento.

O método em questão foi aplicado em Anya, que se submeteu à capsulotomia por ultrassom focalizado. A cirurgia é realizada sem necessidade de abrir o crânio ou remover tecido cerebral em grande quantidade. Em vez disso, pequenos locais do cérebro são aquecidos para interromper circuitos neurais hiperativos, ajudando a restaurar o equilíbrio emocional da paciente.

A experiência de Anya

“Quando mais eu tentava não ouvir, mais a música se tornava insuportável”, recorda Anya, que experimentou a ansiedade aguda das ideias obsessivas. Os médicos a questionavam se ela poderia estar ouvindo sons do exterior, mas Anya sabia que os ecos tinham origem em sua própria mente. Depois de inúmeras tentativas frustradas com medicamentos e terapias, a opção cirúrgica se apresentava como sua última esperança.

A nova abordagem da psicocirurgia é prometedora, com a expectativa de que ela não aplique os mesmos erros do passado, quando técnicas eram invasivas e muitas vezes ineficazes. “Fui a uma festa de casamento e já não me sentia paralisada pela música”, relata Anya, que agora celebrou um “segundo aniversário” após a cirurgia.

Os desafios e promessas da psicoscirurgia moderna

Contudo, a comunidade médica ainda debate se circulares em circuitos específicos do cérebro são a chave para resolver questões complexas como o TOC e a depressão. Críticos afirmam que simplificar a condição mental apenas para um problema neurológico é uma abordagem reducionista. “Os transtornos mentais são dinâmicos e multifacetados, e isso precisa ser reconhecido,” explica o Dr. Nir Lipsman, um neurocirurgião de Toronto que está na vanguarda dessa pesquisa.

Ainda assim, os resultados são encorajadores. O tratamento com ultrassom focalizado mostrou melhorias significativas em pacientes com TOC resistentes ao tratamento. Um estudo recente revelou que cerca de 50% dos pacientes apresentaram uma redução nas pontuações de ansiedade.

O futuro da psicocirurgia no Brasil

Com a escalada na aceitação desses procedimentos, o Brasil também poderá explorar essa nova era de tratamento. A saúde mental é uma prioridade crescente, e a incorporação de abordagens cirúrgicas mais sofisticadas e compreensivas pode oferecer saúde e esperança a indivíduos que passam por dificuldades imensas. A iniciativa pública e a pesquisa no campo ainda são precoces, mas a perspectiva de acesso a tratamentos inovadores é animadora. A história de Anya não é um caso isolado; representa um movimento em direção a uma melhor compreensão dos transtornos mentais, e o sonho de uma vida normal pode estar mais próximo para aqueles que sofrem com condições debilitantes.

À medida que o cenário da psicocirurgia continua a se desenvolver, sua prática no Brasil dependerá de um compromisso com a ética e a segurança, garantindo que todos os pacientes tenham acesso a cuidados de saúde mental adequados e compassivos.

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