Brasil, 16 de julho de 2025
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O colapso do turismo na Europa e a revolta dos moradores

O aumento do turismo na Europa gera multidões em destinos icônicos e descontentamento entre os moradores.

Os destinos turísticos mais famosos da Europa estão mais movimentados do que nunca esta semana, mesmo com protestos contra o turismo ocorrendo em todo o continente. Imagens mostram filas imensas de turistas nos pontos turísticos mais belos da Itália e da Grécia, revelando a crescente frustração tanto entre os visitantes quanto entre os locais.

Cenas de superlotação nos destinos turísticos

Na pitoresca vila de Varenna, na Itália, turistas relataram que as multidões estavam tão densas que mal conseguiam retirar os celulares dos bolsos. Em contrapartida, vídeos da famosa ilha de Santorini, adorada por influenciadores devido a seus pores do sol deslumbrantes e vistas do Mediterrâneo, mostram milhares de pessoas se espremendo pelas ruas estreitas, mal encontrando espaço para passar.

Com o recente aumento no turismo, algumas áreas da Europa estão sendo forçadas a implementar medidas especiais para conter o problema. Nas redes sociais, visitantes desapontados compartilharam suas experiências mostrando que a realidade de suas férias dos sonhos não se alinha com as expectativas que tinham.

A crise do turismo nas redes sociais

Um turista em Lake Como, na Itália, postou um vídeo destacando a quantidade excessiva de pessoas e o tempo de espera de até uma hora para pegar uma balsa. O vídeo dizia: “Lake Como em junho é deslumbrante, as vistas são incríveis, mas há tantas pessoas e tempos de espera.” Os usuários das redes sociais não hesitaram em descrever sua experiência como “os jogos da fome do turismo”, em referência aos longos períodos de espera e à superlotação.

Outro viajante em Portofino, um pequeno município da Riviera Italiana, também destacou que mesmo áreas consideradas calmas se tornaram extremamente lotadas. Em um vídeo no TikTok, ela escreveu: “Você viajaria para uma ‘praia secreta’ em Portofino, exceto que definitivamente não é mais secreta.” A imagem deixou claro que a expectativa de um refúgio tranquilo se transformou em um mar de turistas.

Medidas de controle em resposta à superlotação

Em resposta ao crescente descontentamento, algumas localidades estão buscando maneiras de controlar o fluxo de turistas. Em Portofino, foram implementadas proibições como andar descalço nas ruas, fazer piqueniques e consumir bebidas alcoólicas em lugares públicos. As novas regras, que visam proteger a tranquilidade dos residentes e demais turistas, foram estabelecidas para a alta temporada e entraram em vigor no último dia 15. Quem desrespeitar a norma poderá receber multas que variam de £22 a £433.

As autoridades locais em Portofino, onde a população é de apenas 400 pessoas, esperam evitar que o número de turistas, que pode chegar a 100.000 durante a alta temporada, continue a pressionar os serviços e a infraestrutura da cidade.

Descontentamento crescente entre os moradores

Em várias partes da Europa, o sentimento anti-turismo está crescendo entre os moradores, muitos dos quais pedem ações para limitar a entrada de visitantes. Em Santorini, novas regras foram introduzidas, como uma taxa turística e restrições de acesso, incluindo um projeto de “lei de saturação” que limitará o número de visitantes diários.

Na Espanha, as Ilhas Baleares decidiram interromper campanhas de influencers promovendo os destinos locais, alertando sobre os danos causados pela chamada “turismo de selfie”. Na verdade, o movimento surgiu após protestos de moradores que tentaram bloquear o acesso a praias infestadas de turistas.

Embora o turismo seja essencial para a economia local, muitos residentes estão expressando preocupação com a deterioração da qualidade de vida em suas localidades. Locais estão se tornando insustentáveis durante os meses de pico, e a tensão entre moradores e turistas se intensifica devido à falta de habitação acessível e ao impacto das multidões.

A percepção de que as áreas turísticas perderam parte de seu charme original está se tornando evidente, e as autoridades de países como Itália, França e Grécia estão começando a adotar medidas regulatórias para enfrentar os desafios da superlotação.

A insatisfação expressa durante os protestos e manifestações não está apenas relacionada à presença excessiva de turistas, mas também à busca por uma maior proteção do patrimônio cultural e ambiental que essas regiões representam. À medida que os moradores lutam para preservar seu modo de vida, o futuro do turismo na Europa continua incerto.

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