O presidente da Câmara dos Deputados, Mike Johnson (R-La.), marcou uma mudança inesperada em sua postura ao solicitar publicly transparência sobre os arquivos relacionados a Jeffrey Epstein. Em entrevista na terça-feira, Johnson afirmou que “devemos colocar tudo na mesa e deixar o povo decidir”, o que contrasta com o silêncio da Casa Branca após a decisão do Departamento de Justiça e do FBI de não divulgar novos documentos sobre o caso.
De apoio a Trump a clima de indecisão
Johnson, que sempre se alinhou às posições de Donald Trump — apoiando desde a intervenção militar para conter protestos a políticas de deportação — agora enfrenta uma disputa interna, com críticas de apoiadores do ex-presidente. Seus comentários ocorrem uma semana após o governo federal afirmar que não há evidências de uma “lista de clientes” de Epstein que pudesse chantagear figuras influentes, uma decisão que provocou descontentamento entre alguns republicanos.
Durante o episódio, Johnson expressou confiança em Trump, porém enfatizou que “Bondi precisa vir a público e explicar” uma referência anterior de que tinha uma lista de Epstein na sua mesa. Ele reforçou que ela deveria esclarecer essa questão para o público, uma clara tentativa de equilibrar a tensão interna do partido com o apelo por transparência.
Reações e controvérsias no Congresso
O posicionamento de Johnson vem num momento em que o Congresso debate a divulgação de documentos sobre Epstein. Na semana passada, a deputada Lauren Boebert (R-Colo.) pediu a nomeação de um conselheiro especial para apurar “a verdade sobre os arquivos Epstein”, incluindo uma menção ao ex-deputado Matt Gaetz, que enfrenta acusação de má conduta sexual.
Por outro lado, líderes republicanos bloquearam uma votação proposta pelos democratas para liberar documentos relacionados à investigação do Departamento de Justiça sobre Epstein, evidenciando a disputa entre transparência e interesses políticos.
Contexto e impacto político
A mudança de postura de Johnson reflete a pressão que o próprio Trump e sua administração têm recebido de parte da base republicana, que exige maior transparência nos detalhes do caso Epstein. Enquanto isso, aliados do ex-presidente defendem que os documentos sejam liberados “quando houver credibilidade”, como afirmou Trump em sua conta nas redes sociais.
Analistas destacam que essa movimentação sinaliza um momento de fragilidade para a narrativa oficial, ao mesmo tempo em que evidencia uma tentativa de os republicanos se posicionarem favoravelmente às investigações, mesmo que de forma hesitante.
Perspectivas futuras
O Congresso aguarda a publicação de uma medida provisória que detalhará as regras para a divulgação dos arquivos. A expectativa é que novos desenvolvimentos e possivelmente mais informações venham à tona nos próximos meses, ampliando o clima de incerteza e debate sobre os envolvidos.
Este episódio expõe as tensões internas do Partido Republicano e a complexidade de lidar com um caso que envolve poder, segredos e uma rede de influência que ainda permanece sob sigilo.