O Escritório do Representante do Comércio dos EUA (USTR) iniciou uma investigação comercial que cita o Pix, redes sociais, desmatamento ilegal e corrupção no Brasil, causando reação negativa do governo brasileiro. Em evento no Palácio do Planalto nesta quarta-feira (16), Rui Costa classificou a iniciativa como uma “intromissão absolutamente indevida” e criticou a preocupação dos EUA com o sistema de pagamento brasileiro.
Reação do Brasil à investigação americana sobre o Pix
Segundo Rui Costa, o Brasil irá responder à medida com “serenidade”, usando o diálogo e a união nacional. “Nenhuma outra nação ou líder mundial pode determinar, seja na atividade na 25 de Março ou no método de pagamento adotado pelo país, o que deve ser feito no Brasil”, afirmou o ministro de Relações Internacionais.
O documento do USTR alega que o modelo brasileiro de pagamentos eletrônicos, incluindo o Pix, pode afetar os interesses de empresas americanas, ao favorecer os serviços desenvolvidos pelo próprio governo brasileiro, conforme afirmou o relatório. “O Brasil parece adotar uma série de práticas desleais em relação aos serviços de pagamento eletrônico, incluindo, mas não se limitando a favorecer os serviços de pagamento desenvolvidos pelo governo”, diz o documento.
Contexto e possíveis impactos da investigação
A iniciativa do governo dos Estados Unidos foi vista por especialistas brasileiros como uma tentativa de pressionar o país em questões comerciais e de política interna. Rui Costa afirmou que a reação brasileira será marcada por diálogo e união nacional para proteger os interesses do país nesta discussão internacional.
O governo brasileiro reforçou que manterá sua autonomia na definição de políticas públicas, incluindo o uso do Pix, que é amplamente adotado pela população, empresas e pelo sistema financeiro. “Estamos atentos às ações externas, mas a decisão sobre o que é melhor para o Brasil será sempre nossa”, reiterou o ministro.
Perspectivas para o futuro da relação bilateral
Especialistas avaliam que a investigação pode gerar tensões diplomáticas, mas também abrir espaço para negociações que reforcem a posição brasileira em temas de comércio e tecnologia. A situação revela a complexidade das relações econômicas entre os dois países, especialmente em aspectos relacionados à inovação tecnológica e políticas de pagamento eletrônico.
A resposta do Brasil e o andamento das negociações podem definir o clima das relações bilaterais nos próximos meses, enquanto o governo busca proteger suas ações e o sistema de pagamento nacional em um cenário de disputas comerciais internacionais.
Relatório completo e atualizações sobre o caso podem ser acompanhados na matéria publicada pelo Globo.