No dia 14 de julho, uma idosa de 76 anos, identificada como Marlene da Silva Barros, faleceu no Hospital Municipal de São José dos Campos, após complicações decorrentes de procedimentos estéticos realizados no rosto e no pescoço. A situação gerou indignação na comunidade e levou a Polícia Civil a abrir uma investigação para apurar as circunstâncias da morte. Segundo a família, a idosa passou mais de 20 dias internada antes de óbito, que teria sido causado por uma infecção generalizada associada aos procedimentos estéticos.
Como tudo aconteceu
A história de Marlene começa com um sonho de beleza e vaidade, comum entre muitas pessoas na terceira idade. Ela decidiu realizar procedimentos estéticos em busca de autoestima e satisfação pessoal. Em entrevista, sua neta, Amanda Guedes, afirmou que Marlene era uma mulher ativa, que buscava realizar seus desejos, incluindo tratamentos estéticos. “Ela estava muito animada e se preparou financeiramente para isso”, disse Amanda.
Procedimentos realizados e sua execução
Os procedimentos estéticos realizados pela idosa incluíram um lifting facial e uma lipoaspiração da região cervical, ambos feitos por um dentista na clínica Be Unique, localizada no bairro Jardim Aquarius. Embora o lifting facial seja um procedimento vedado aos cirurgiões-dentistas, a realização da lipoplastia facial está autorizada para profissionais da odontologia, segundo o Conselho Federal de Odontologia.
Marlene fez a cirurgia no dia 20 de junho e, segundo sua neta, estava se sentindo bem inicialmente, mas no dia seguinte começou a apresentar sintomas preocupantes, como confusão mental e forte dor. A qualidade da assistência médica e a monitorização pós-cirúrgica serão pontos cruciais na investigação.
Hospitalização e circunstâncias da morte
Após a cirurgia, a situação de Marlene se deteriorou rapidamente. Depois de dias apresentando sintomas graves, ela foi internada no hospital, onde ficou sob cuidados médicos intensivos por mais de 20 dias, mas infelizmente não resistiu. A família acredita que a infecção generalizada, decorrente dos procedimentos realizados, foi a causa da morte.
Investigação em curso
A Polícia Civil investiga a morte de Marlene como uma morte suspeita. Até o momento, ninguém foi responsabilizado. A clínica onde foram realizados os procedimentos, Be Unique, afirma estar colaborando com a investigação e expressou seu pesar pelo falecimento da paciente.
Um comunicado da clínica destacou que o procedimento havia sido realizado por uma equipe habilitada e que não ocorreram intercorrências durante a realização do mesmo. A clínica aguarda a conclusão da investigação para que as causas da morte possam ser esclarecidas.
Reflexão sobre a segurança nos procedimentos estéticos
O caso de Marlene Barros traz à tona uma discussão importante sobre a segurança e regulamentação dos procedimentos estéticos, especialmente em um país onde a vaidade e a busca por intervenções estéticas têm crescido exponencialmente. A realização desses procedimentos requer não apenas habilidade técnica, mas também um acompanhamento rigoroso, desde a escolha do profissional até a recuperação após a cirurgia.
Conclusão
A história de Marlene é um triste lembrete da fragilidade da vida e da necessidade rigorosa de cuidados na realização de procedimentos estéticos. A comunidade local, assim como a família da idosa, espera que a investigação traga clareza sobre o que ocorreu e que medidas sejam adotadas para garantir a segurança de futuros pacientes. A morte de Marlene não deve ser apenas uma estatística, mas um alerta sobre a importância de realizar qualquer intervenção estética com responsabilidade e em condições seguras.