Brasil, 16 de julho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Frigoríficos de MS param de produzir carne para os EUA após tarifa de Trump

Tarifa de 50% anunciada por Trump ameaça exportações brasileiras de carne e força frigoríficos de MS a pararem vendas aos Estados Unidos

Os frigoríficos de Mato Grosso do Sul (MS) começaram a interromper a produção de carne bovina destinada aos Estados Unidos, em função da tarifa de 50% anunciada pelo governo de Donald Trump, prevista para entrar em vigor em agosto. A medida deve impactar negativamente as exportações brasileiras, especialmente para o segundo maior mercado externo do setor.

Impacto da tarifa de Trump na exportação de carne bovina

Segundo a Associação de Exportadores de Carne de MS, a tarifa de Trump torna inviável o envio de carne bovina para os EUA, que atualmente respondem por 12% do mercado de carnes brasileiras. Com a medida, as empresas do Estado já reduziram sua produção voltada para esse destino, buscando alternativas em outros países.

Fernando Henrique Iglesias, analista do Safras & Mercados, alerta que os frigoríficos terão que redirecionar suas vendas. “A nossa sorte é que há mais de 100 países comprando carne do Brasil”, afirma. Além disso, a Associação Brasileira da Indústria de Carnes (Abiec) ressaltou que abriu escritório na China neste ano para facilitar negócios na Ásia e o Vietnã retomou as compras de carne bovina brasileira.

Destinos alternativos para carne bovina brasileira

Apesar da China e dos EUA serem os principais compradores de carne brasileira, o perfil de consumo desses mercados é diferente. Os EUA compram principalmente carne utilizada em hambúrguer e alimentos processados, o que exige ajustes na logística de exportação.

O México, Egito, Canadá, Chile e Emirados Árabes são considerados os principais mercados alternativos para absorver as exportações brasileiras, evitando prejuízos às empresas do setor. “A diversificação de destinos é essencial para minimizar os impactos da tarifa”, comenta Iglesias.

Repercussões nos setores de café, suco e etanol

Café

Os EUA são responsáveis por 16% das exportações brasileiras de café, sendo o maior cliente externo do produto. Segundo Marcos Matos, diretor-geral do Cecafé, países como China, Índia, Indonésia e Austrália podem ampliar suas compras de café brasileiro. Se a tarifa entrar em vigor, mercados como Honduras, Guatemala e Colômbia poderão priorizar vendas aos norte-americanos, abrindo espaço para o Brasil na União Europeia.

Suco de laranja

O Brasil exporta cerca de 41% de suco de laranja para os EUA, que representam o segundo maior mercado, atrás da União Europeia. De acordo com Ibiapaba Netto, diretor executivo da CitrusBR, não há estrutura suficiente em outros mercados para absorver o volume atualmente destinado aos EUA. A ampliação das vendas na Europa poderia reduzir os preços e prejudicar o setor.

Etanol

Os EUA também representam 16% das exportações brasileiras de etanol, sendo o segundo maior comprador, atrás da Coreia do Sul. Segundo Evandro Gussi, presidente da Unica, os esforços do Brasil para buscar outros mercados já estavam em andamento, com destaque para a Coreia do Sul e o Japão, que vem incentivando a mistura de etanol na gasolina.

Desafios para o setor de açúcar e adaptação aos novos mercados

O Brasil exporta uma menor proporção de açúcar para os EUA, com apenas 2,8% das vendas, mas a medida requer que os produtores dirijam suas vendas a outros destinos como China, Indonésia, Oriente Médio e Norte da África, onde a demanda por açúcar refinado se mantém forte. Segundo Marcelo Di Bonifacio Filho, da StoneX Brasil, a diversificação de mercados será fundamental para diminuir prejuízos.

Assim, a tarifação proposta por Trump traz uma série de desafios para o agronegócio brasileiro, obrigando os setores a buscar novas estratégias de exportação e alianças internacionais.

Fonte: G1 Economia

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes