No último dia 16, a situação de tensão e medo entre os moradores de um condomínio situado na região central de Ribeirão Preto, SP, tomou novos rumos. O fazendeiro Alípio João Júnior, suspeito de ameaças, agressões e até de abuso contra sua ex-companheira, foi preso pela Polícia Militar após uma série de incidentes alarmantes. A comunidade, que já vivia sob clima hostil, agora clama por medidas mais eficazes de proteção.
A ameaça que gerou o pânico
Após uma sequência de ameaças, Ed Carlos Delarisce, síndico do condomínio, afirmou que teve que contratar segurança particular para restaurar um mínimo de tranquilidade. “Senhoras de idade passaram a não descer mais na portaria, com medo de usar o elevador. Estamos com um segurança no prédio, mas eu não tenho segurança durante o dia todo. Não sei o que pode acontecer comigo e com a minha família”, desabafou Delarisce.
Os moradores relatam que o clima é de pânico, afetando a saúde mental dos que ali habitam. “Não estamos trabalhando, não estamos comendo, não estamos dormindo. São coisas de terror”, acrescentou o síndico. Em meio a esse cenário, Alípio é suspeito de ter ameaçado até mesmo crianças e de ter explodido uma bomba na varanda de um apartamento.
Histórico de violência e ameaças
O fazendeiro já possui um histórico de comportamentos violentos, incluindo uma prisão anterior em junho deste ano, quando disparou uma arma de pressão contra um funcionário de um shopping. Ele foi solto rapidamente, o que gera mais insegurança entre os moradores. “A Justiça espera que uma pessoa seja morta para prender. Depois de três meses, o cara vai lá, entra com um habeas corpus e libera a pessoa”, criticou Delarisce.
De acordo com o promotor de Justiça Paulo José Freire Teotônio, a situação se agravou a ponto de necessitar da intervenção judicial. “Alípio não deveria estar vivendo em sociedade devido às constantes intimidações e ameaças a vizinhos”, afirmou o promotor.
Impacto na comunidade
A apreensão provocada pelas ameaças se estende além da segurança física. As consequências psicológicas e emocionais geradas pelo comportamento de Alípio causaram um verdadeiro colapso na comunidade. Moradores compartilham relatos de ansiedade e depressão, resultantes do medo constante. “Não tem como conviver dentro de um prédio com 48 apartamentos, tomando elevador com a pessoa que te ameaça”, desabafou um morador.
Justiça e sanções
Cabe ressaltar que, após uma nova prisão decretada pela Justiça, Alípio enfrenta agora a possibilidade de punições mais severas. O juiz responsável pelo caso considerou não só as ameaças de morte, mas também o histórico criminal do fazendeiro. “O concurso material com outros crimes faz com que a somatória das penas máximas supere os quatro anos”, detalhou o magistrado.
O Ministério Público está investigando Alípio por uma série de crimes, incluindo perturbação do sossego, ameaças, injúria racial, coação e injúria com motivação homofóbica. Além disso, solicitou que uma avaliação médica-legal fosse realizada para averiguar sua sanidade mental, e que a Justiça intervenha para proteger os vizinhos e garantir a ordem pública.
A esperança da comunidade
Neste momento, os moradores depositam suas esperanças na aplicação da lei e na vigilância contínua. A luta pela segurança no condomínio evidencia a urgência de abordar problemas de violência e intimidação. A sociedade não pode permitir que pessoas repitam comportamentos abusivos sem consequências, fortalecendo assim a busca por um ambiente seguro e pacífico para todos.
Fica o alerta para que as autoridades atuem de forma rápida e eficaz, evitando que histórias trágicas se repitam, e reafirmando que a paz e a segurança no convívio urbano são direitos fundamentais.