Brasil, 16 de julho de 2025
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Espirito Santo lidera exportação de rochas naturais e enfrenta tarifa de 50%

Setor capixaba de mármore e granito sofre impacto de tarifa americana, com suspensão de embarques e preocupação com competitividade

O Espírito Santo, maior exportador de rochas naturais do Brasil, enfrenta os primeiros reflexos da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada pelos Estados Unidos. Clientes norte-americanos solicitaram a suspensão imediata dos embarques, enquanto aguardam a confirmação se a tarifa entrará em vigor a partir de 1º de agosto.

Impacto nas exportações de rochas naturais para os EUA

Embora os pedidos ainda não tenham sido cancelados, as empresas capixabas do setor de mármore e granito começaram a sentir uma redução na demanda. Tales Machado, presidente da Associação Brasileira de Rochas Naturais (Centrorochas), afirma que a preocupação é que os custos mais altos tornem os produtos brasileiros menos competitivos frente à concorrência de países como Itália, Turquia, Índia e China.

“Os clientes estão pedindo para não embarcar. Querem uma posição antes de seguir com as entregas, pois têm dúvidas se os 50% de tarifa serão realmente aplicados”, explica Tales Machado, empresário do setor.

Medidas e esforços para reversão

O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), reuniu-se com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, para discutir alternativas. Além disso, uma comissão está sendo criada pelo governo federal para ouvir os setores mais afetados pelos novos tributos.

Segundo o presidente do Centrorochas, entidades norte-americanas ligadas ao setor também estão mobilizadas. “A industrialização do produto final ocorre nos EUA, e há uma cadeia produtiva que depende desse material. Eles também vão se reunir com o governo americano para tentar reverter essa tarifa”, afirma Tales Machado.

EUA: maior mercado de rochas do Espírito Santo

Os Estados Unidos representam 62,4% de todas as exportações de rochas do Espírito Santo em junho de 2025. Outros mercados, como a China, respondem por apenas 17,5% dessas exportações. A forte dependência do mercado norte-americano evidencia os riscos da medida protecionista.

De janeiro a junho de 2025, o estado respondeu por mais de 82% de toda a exportação brasileira de rochas naturais, destacando-se pelo envio de chapas polidas de mármore e granito, que possuem alto valor agregado e passam por acabamento industrial detalhado.

Impactos no setor e perspectivas futuras

Para os principais municípios exportadores — Serra, Cachoeiro de Itapemirim, Barra de São Francisco, Castelo e Atílio Vivácqua —, a interrupção dos embarques representa um retrocesso, pois a maior parte das exportações é de chapas polidas, que envolvem uma cadeia produtiva mais complexa.

“Somos referência mundial na produção de rochas naturais, com equipamentos de ponta. Voltarmos a vender blocos seria um passo atrás”, ressalta o presidente do Centrorochas.

Apesar das tentativas de buscar alternativas, o setor avalia que substituir o mercado norte-americano no curto prazo é inviável devido ao volume e à força da economia dos EUA, dificultando uma rápida substituição.

Posicionamento das entidades

A Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) acompanha as discussões em âmbito nacional, alinhada à Confederação Nacional da Indústria (CNI). Na última segunda-feira (14), o presidente da Findes, Paulo Baraona, participou de esforços pelo adiamento de pelo menos 90 dias na aplicação das tarifas.

Segundo dados, o Espírito Santo é o quarto estado mais afetado pelo tarifaço de Donald Trump, que impacta fortemente o setor de rochas naturais, considerado estratégico para a economia local.

Para mais detalhes, acesse a matéria completa no G1 Espírito Santo.

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