Brasil, 16 de julho de 2025
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Eduardo Bolsonaro e o tarifaço: polarização nas opiniões dos brasileiros

A pesquisa Genial/Quaest revela divisão nas percepções sobre a influência de Eduardo Bolsonaro nas tarifas impostas pelos EUA.

Um novo levantamento realizado pela Genial/Quaest divulgado nesta quarta-feira (16) destaca a polarização nas percepções dos brasileiros em relação ao papel do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) na imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, uma medida reivindicada pelo próprio parlamentar nas redes sociais. O episódio, que acirrou os ânimos na direita, revela como a questão se tornou um ponto de divisão entre os apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula e de Jair Bolsonaro.

Divisão de opiniões entre os apoiadores

A pesquisa mostrou que 29% dos entrevistados que se identificam como apoiadores de Lula acreditam que a influência de Eduardo nos EUA foi, de fato, responsável pelas tarifas do presidente americano, Donald Trump. Entre aqueles que se declaram mais à esquerda, mas que não se identificam como lulistas, o número é de 26%. Já entre os que não possuem uma posição política definida, 18% compartilham da mesma visão.

Em contraposição, nas fileiras da direita, a percepção é completamente diferente. Apenas 5% dos que se consideram bolsonaristas acreditam que Eduardo teve um papel significativo na imposição das tarifas. Entre os que se posicionam à direita, mas não são diretamente apoiadores de Bolsonaro, essa visão é compartilhada por apenas 7% dos entrevistados.

A influência de Lula e as sanções comerciais

Os dados coletados refletem não só a polarização do tema, mas também a estratégia política adotada por ambos os lados. O presidente Lula e seus seguidores têm buscado capitalizar a exaltação das sanções como uma reação legítima de Washington ao julgamento de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF). Por outro lado, a direita tenta emplacar a narrativa de que “a culpa [do tarifaço] é do Lula”, com receio de que essa medida se volte contra o próprio bolsonarismo.

Num comparativo mais amplo, a pesquisa revelou que apenas 17% dos brasileiros acreditam que a retaliação de Trump está ligada à influência de Eduardo. Esta percentagem fica atrás das investigações do Supremo contra Jair (22%) e das declarações de Lula contra Trump durante a Cúpula do Brics no Rio de Janeiro (26%).

Reações à pesquisa

A pesquisa Genial/Quaest ainda apontou que 72% dos entrevistados consideram que Trump está errado ao impor tarifas comerciais ao Brasil, enquanto 63% desacreditam que a relação entre os EUA e Brasil é injusta. Dessas declarações, 44% dos seguidores de Bolsonaro atribuem a culpa às falas de Lula contra Trump durante a cúpula do Brics. Por outro lado, 57% afirmam que Trump não tinha o direito de criticar o processo do STF no qual Bolsonaro é réu.

Estes dados indicam que a população está cada vez mais atenta às particularidades e repercussões das ações políticas no cenário internacional e suas consequências internas. Para 53% dos participantes da pesquisa, a reação de Lula ao tarifaço com medidas de reciprocidade é considerada correta, enquanto 59% acreditam que Trump não recuará dessa decisão.

Metodologia da pesquisa

A pesquisa foi realizada entre os dias 10 e 14 de julho e entrevistou 2.004 brasileiros a partir de 16 anos, utilizando questionários em entrevistas de rua. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais com um índice de confiança de 95%.

À medida que a situação política avança, o papel de figuras como Eduardo Bolsonaro continua a ser um ponto de fervoroso debate, refletindo um cenário polarizado onde as opiniões são não apenas divergentes, mas profundamente enraizadas em ideologias e estratégias políticas.

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