O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) registra um crescimento na aprovaçã, subindo de 40% para 43%, enquanto a desaprovação caiu de 57% para 53%. Essa mudança na avaliação foi identificada por uma pesquisa Genial/Quaest e refletiria os recentes esforços do governo em mobilizar a base aliada. A dinâmica política brasileira, marcada por constantes desafios, parece estar ressignificando a percepção do líder entre a população.
A razão por trás da recuperação na aprovação
Nos bastidores, assessores de Lula associam o crescimento na aprovação à insistência em dois pontos principais: a reforma tributária em favor de justiça social e a reação aos planos tarifários do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O governo tem adotado uma postura mais assertiva ao abordar estas questões, argumentando que a taxação dos super-ricos é fundamental para melhorar a distribuição de renda e defender a soberania nacional.
“O governo tem defendido um projeto de país com justiça tributária e melhor distribuição de renda. Tem defendido também a soberania nacional diante dos ataques tarifários, com serenidade e diálogo. Esses temas garantiram a inflexão nas pesquisas”, afirmou o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB).
A necessidade de uma postura firme
A adoção de uma abordagem mais firme tem ganhado espaço entre os membros do governo, inclusive aqueles que são considerados moderados. O ministro do Esporte, André Fufuca (PP), enfatizou que “a virada começou”. Essa perspectiva reflete a crescente convicção dentro do governo de que o fortalecimento de uma narrativa que dialogue com as preocupações da população pode ser a chave para manter o apoio popular.
Para o advogado-geral da União, Jorge Messias, os dados refletem a maneira como o presidente tem lidado com crises recentes. “A trajetória de Lula evidencia que o povo brasileiro confia em seu presidente como um capitão experiente, capaz de conduzir o país em meio a desafios intensos”, declarou Messias, evidenciando uma confiança que parece ressoar nas bases de apoio do governo.
Desafios e ressalvas no Planalto
Apesar do otimismo em relação ao aumento na aprovação, há cautela entre os assessores de Lula. O núcleo político do Planalto expressa preocupações acerca do impacto que as tarifas de Trump poderão ter na economia brasileira se forem implementadas. Embora 72% da população considere errada a decisão do presidente norte-americano, o governo entende que as consequências econômicas podem ser significativas.
Parlamentares da base governista também levantam uma questão importante: o tom do discurso do governo poderia afastar o centro político e, por conseguinte, estreitar a base de apoio de Lula para as próximas eleições em 2026. A cautela é visível, levando a administração a formar um comitê interministerial para discutir o impacto do tarifaço, que envolve ministros da área econômica e representantes do Itamaraty.
Manter o diálogo e buscar soluções
A intenção do governo é realizar um diálogo contínuo com o setor privado e interlocutores internacionais, buscando evitar a implementação do novo pacote tarifário. Essa estratégia é vista como vital para mitigar impactos negativos e garantir a estabilidade econômica enquanto o governo trabalha por uma melhor distribuição de renda e justiça tributária.
As críticas e reações adversas aparecem também fora do governo. O presidente do PP, senador Ciro Nogueira, minimiza a recuperação na popularidade do governo. “Pesquisa positiva ao governo, sim, mas será difícil manter”, avaliou ele, mostrando que a oposição não subestima as dificuldades que ainda podem surgir.
Entretanto, o líder do PT no Senado, Rogério Carvalho, respondeu de uma maneira otimista, afirmando: “Não se trata apenas de números, mas da esperança voltando, do povo sentindo que tem um governo do seu lado.” Esse sentimento de esperança pode ser crucial para o futuro político de Lula e sua administração.
As próximas semanas serão decisivas para o governo, à medida que as respostas à política tributária e ao embate com os EUA se desenrolam, e a pesquisa de popularidade pode mais uma vez ser colocada à prova.