Brasil, 16 de julho de 2025
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Aprovação de Lula registra leve alta após embate com Trump

A popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresenta uma leve melhora em meio a crises e novos desafios.

Após uma sequência de quedas, a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reagiu em meio ao embate com o presidente dos EUA, Donald Trump, e a campanha de taxação de super-ricos impulsionada por sua base, conforme mostra pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (16). A taxa de desaprovação do governo recuou de 57% para 53% em relação à medição anterior, realizada em 4 de junho. O percentual dos brasileiros que aprovam o governo passou de 40% para 43%. Este é o primeiro sinal de melhora na avaliação do chefe do Executivo desde uma sequência de reveses iniciada em julho de 2024.

Variações sem grandes mudanças

Embora as variações entre os levantamentos estejam dentro da margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos, a distância entre as taxas de aprovação e desaprovação caiu de 17 para 10 pontos. A pesquisa entrevistou 2.004 pessoas presencialmente entre os dias 10 e 14 de julho, capturando a reação da opinião pública ao “tarifaço” anunciado por Trump contra produtos brasileiros no dia 9. O nível de confiança na amostra, ou seja, a chance de os resultados refletirem a realidade, é de 95%.

Análise da percepção pública

A pesquisa também revela que a avaliação negativa do governo diminuiu de 43% para 40%, enquanto o percentual de pessoas que veem a gestão de forma positiva aumentou de 26% para 28%, mantendo-se o mesmo em relação àqueles que avaliam o governo como regular. A mudança na percepção da imagem do governo Lula ocorreu principalmente entre eleitoras mulheres, de classe média, meia-idade e com posicionamento político mais central.

Esforços para recuperar a imagem do governo

O cientista político Felipe Nunes, diretor da Quaest, explica que a recuperação da popularidade do governo aconteceu principalmente na classe média mais informada, especialmente na região Sudeste. Esses segmentos da população se sentem mais prejudicados pelas tarifas impostas por Trump e consideram que Lula está agindo corretamente, resultando em maior apoio ao seu governo.

Campanha de taxação de super-ricos ganha apoio

Analistas acreditam que a adesão da população ao governo está relacionada a propostas como a campanha pela taxação dos super-ricos. Esta iniciativa teve uma adesão significativa, especialmente entre aqueles que não fazem parte das elites. Entre os não beneficiários do Bolsa Família, a desaprovação à gestão do governo caiu consideravelmente. Por exemplo, cerca de dois terços dos entrevistados concordam que os mais ricos devem pagar mais impostos para aliviar o peso dessa carga sobre os mais pobres.

A visão da população sobre a política fiscal

75% dos entrevistados se mostraram favoráveis à ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda, embora esse percentual caia para 60% quando se fala na elevação do imposto para os “super-ricos”. O sentimento de “ricos contra pobres” também não é bem visto pela maioria, com 53% dos entrevistados se posicionando contrários a essa narrativa.

Resultados da pesquisa frente à crise de imagem

A pesquisa anterior da Genial/Quaest foi realizada pouco depois de o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciar a elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que gerou críticas e um recuo em alguns trechos da proposta. Na época, a avaliação negativa de Lula estava equiparada à de seu antecessor, Jair Bolsonaro, em momentos similares de crise.

A expectativa no Palácio do Planalto é que a atual melhoria na imagem do governo indique que a crise de confiança gerada pelo escândalo das fraudes nas aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tenha sido superada. Recentemente, o governo anunciou um prazo para a adesão das vítimas do esquema a um acordo de ressarcimento.

Desafios e perspectivas futuras

Apesar da leve melhora nas taxas de aprovação, Lula ainda tem um longo caminho pela frente para restaurar os níveis identificados há um ano, quando 54% dos entrevistados aprovaram seu governo. A situação atual reflete uma inversão de tendências entre diversos grupos demográficos, incluindo jovens e mulheres, e a avaliação negativa do governo cresceu entre beneficiários do Bolsa Família.

Em suma, embora haja sinais de recuperação na popularidade de Lula, a análise da pesquisa evidencia que ele enfrenta uma batalha constante para reconquistar a confiança total da população, especialmente nos segmentos mais vulneráveis da sociedade.

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