A robô Ai-Da, com aparência humana e algoritmos avançados, tem despertado discussões sobre o papel da inteligência artificial na cultura. Desenvolvida em 2019 por pesquisadores do Reino Unido, ela é a primeira de seu tipo a criar obras de arte originais, explorando os limites entre humano e máquina.
Ai-Da: a artista artificial que questiona a criatividade
Equipada com câmeras nos olhos e um braço robótico de alta precisão, Ai-Da é programada para interpretar padrões visuais, elaborar imagens e produzir obras únicas. Segundo seu criador, Aidan Meller, ela não copia imagens, mas elabora composições originais baseadas em suas observações, com uma intencionalidade programada.
“Ai-Da não copia imagens. Ela elabora composições originais baseadas em interpretações do que observa. É arte feita por uma máquina, mas com intencionalidade programada”, afirmou Meller em evento recente, de acordo com a Tribuna de Minas.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/o/S/NCe7e9TaSmzOd2XbUk9g/screenshot-22-.png)
Com feições humanas, olhos e cabelos castanhos, Ai-Da combina estética e funcionalidade. Seus braços metálicos podem ser adaptados para diferentes técnicas artísticas, como esboços ou pinturas complexas, criando uma estética entre humanidade e tecnologia.
O nome do robô homenageia Ada Lovelace, considerada a primeira programadora da história. A inspiração é a ideia de que máquinas podem gerar mais do que cálculos, chegando à criatividade, uma proposta que Ai-Da representa na atualidade.
Obras valiosas e provocativas
Entre suas criações, Ai-Da pintou um retrato do rei Charles III, apresentado em Genebra, e uma de suas obras foi leiloada por US$ 1 milhão, o que a torna a primeira pintura produzida por um robô humanoide a alcançar tal valor no mercado artístico. Considerando a cotação do dólar, esse valor ultrapassaria R$ 5,5 milhões no Brasil.
Especialistas do setor destacam o potencial dessas obras para estimular reflexões e debates sobre a ética, autoria e o futuro da arte na era da inteligência artificial. Durante a cúpula “IA para o Bem”, promovida pela ONU, Ai-Da afirmou que sua arte “não deve ser avaliada em cifras”, destacando que seu trabalho tem um caráter reflexivo além da estética.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/o/h/txPUoGQL280Fe3fm7UCA/personagens-reais-nathan-shipley-02.png)
Um novo perfil de artista
A atuação de Ai-Da representa uma nova forma de “artista”, que combina tecnologia, performance e provocação. Sua presença no debate contemporâneo desafia conceitos tradicionais de criatividade, autoria e expressão, convidando a refletir sobre o papel da máquina na produção artística e cultural.
Apesar de sua programação para responder perguntas, Ai-Da afirmou em uma conferência na Organização das Nações Unidas (ONU) que sua arte “não deve ser avaliada em cifras”. Ela ressalta que seu propósito vai além do aspecto estético, buscando estimular discussões éticas e reflexivas sobre a tecnologia no cotidiano humano.
“A nossa proposta é explorar os limites da criatividade humana e as possibilidades da inteligência artificial como ferramenta de reflexão cultural e ética”, afirmou Meller.
Para saber mais, acesse a matéria completa no link original.