A pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira, revelou que a maioria da população brasileira não teve acesso aos vídeos criados por inteligência artificial (IA) e compartilhados por perfis petistas nas últimas semanas. Este conteúdo tinha como foco a narrativa de “ricos contra pobres” e o discurso pela justiça tributária, especialmente após a polêmica derrubada do aumento do Imposto sobre Importações (IOF) pelo presidente da Câmara, Hugo Motta.
Desinformação sobre a agenda de justiça tributária
Segundo os dados, 56% dos entrevistados afirmaram não terem conhecimento da agenda de “justiça tributária” do governo. Em contraste, 43% disseram ter escutado sobre a iniciativa, e 1% optou por não responder. Este desinteresse é ainda mais evidente quando se analisa o consumo de vídeos gerados por IA, que foram a estratégia principal para divulgar a narrativa proposta pela esquerda nas redes sociais. A pesquisa mostra que 83% dos participantes negaram ter assistido a esses vídeos, enquanto apenas 17% admitiram que conheceram essa divulgação.
Resistência a críticas ao presidente da Câmara
Quando questionados sobre os conteúdos que criticavam diretamente Hugo Motta, que se tornou alvo de ironias, como a criação do personagem “Hugo Nem se Importa”, a situação não é diferente. A pesquisa indicou que 72% dos entrevistados não se depararam com publicações que falavam sobre ele, enquanto 25% afirmaram que viram essas postagens e 3% não souberam responder.
Polarização do discurso sobre ricos e pobres
Outro dado relevante do estudo mostra que 53% dos entrevistados consideram que a narrativa que opõe ricos e pobres “não está certa, pois gera mais briga e polarização no país”. Em contrapartida, 38% acham que a estratégia é válida pelo fato de chamar a atenção para os privilégios de alguns, e 9% não souberam opinar.
Aumento de impostos e suas implicações
Quando questionados se o governo deveria aumentar os impostos dos mais ricos para diminuir os impostos dos mais pobres, um dos pilares por trás do discurso de oposição às faixas de renda, 63% dos entrevistados concordaram com a proposta. Por outro lado, 33% estavam em desacordo e 4% não responderam à pergunta.
Esses resultados refletem uma complexa relação da população com os discursos políticos atuais e mostram que, apesar de um apelo por justiça tributária, as estratégias de comunicação e engajamento ainda precisam ser mais eficazes para alcançar e influenciar a opinião pública. Com as redes sociais desempenhando um papel central na disseminação de informações, é fundamental que campanhas políticas se adaptem a essa nova realidade, buscando envolver mais a população em temas que impactam diretamente suas vidas.
O desafio permanece: como conquistar a atenção de um público que ainda não se sente compelido a participar de debates sobre justiça tributária e desigualdade social? Fica a reflexão sobre a importância de uma comunicação clara e acessível que chegue a todos os cidadãos.