Uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (16) pela Quaest, encomendada pela Genial Investimentos, revela que 85% dos brasileiros são contra o aumento do número de deputados federais aprovado pelo Congresso no início de julho. O aumento, que elevou de 513 para 531 o total de parlamentares, visa ajustar a representação proporcional dos estados conforme o Censo de 2022.
Baixo conhecimento e forte rejeição à proposta
O levantamento, realizado entre os dias 10 a 14 de julho com 2.004 pessoas em 120 municípios do país, aponta que a maioria da população sequer tinha conhecimento da proposta. A taxa de desconhecimento é elevada em todos os recortes demográficos, como sexo, idade, escolaridade, região e renda.
Entre aqueles que souberam da proposta, a opinião predominante é de reprovação. Segundo o estudo, a oposição ao aumento é unânime, abrangendo eleitores que apoiam o presidente Lula, aqueles que votaram tanto em Lula quanto em Bolsonaro no segundo turno de 2022, além de pessoas de diferentes religiões e espectros ideológicos, da esquerda à direita.
Legislativo não conseguiu convencer a sociedade
De acordo com o relatório da Quaest, o Congresso Nacional não conseguiu transmitir adequadamente a legitimidade ou a necessidade da medida. “O projeto foi aprovado sob o argumento de que alguns estados sofreram alterações populacionais e, por isso, precisavam ajustar sua representação na Câmara”, explica a pesquisa.
Atualmente, o número mínimo de deputados por estado é 8 e o máximo, 70. Apesar das justificativas oficiais de que a redistribuição manterá os custos sob controle, a maioria da população vê o aumento do gasto público com desconfiança.
Reações e perspectivas
O levantamento revela que a maioria dos brasileiros considera a proposta nociva às contas públicas, reforçando o sentimento de que o Congresso não comunicou adequadamente as mudanças. A fala de grupos políticos e sociais contrários ao aumento reforça a contestação social, que permanece alta apesar do apoio de setores políticos específicos.
Especialistas afirmam que, para obter maior aceitação, o governo e o Legislativo precisarão aprimorar sua comunicação e explicar melhor a necessidade da medida, além de abordar as preocupações relacionadas ao orçamento público.