Brasil, 15 de julho de 2025
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Valdemar Costa Neto afirma ter sido pressionado a questionar urnas eletrônicas

Em depoimento ao STF, presidente do PL revela que ação sobre urnas foi contra sua vontade e resultou em multa de R$ 23 milhões.

Nesta terça-feira, durante um depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL), revelou que foi contra a ação do partido que questionou o funcionamento das urnas eletrônicas nas eleições de 2022. O PL havia pedido a anulação de votos de mais de 250 mil urnas durante o segundo turno, um movimento que, segundo Costa Neto, foi resultado de pressão interna e não refletiu sua verdadeira posição sobre o sistema eleitoral.

A pressão do partido e os desdobramentos da ação

Valdemar explicou que foi “pressionado pelos deputados” para que a dúvida sobre as urnas eletrônicas se tornasse pública e fosse levada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Isso foi inclusive contra a minha vontade. Mas, como tinha uma pressão muito grande dos deputados para que a gente deixasse público aquilo e recorresse ao TSE, foi feito então esse movimento”, disse Costa Neto.

Essas declarações foram feitas durante uma audiência que analisava a ação penal de réus envolvidos no que ficou conhecido como o “núcleo 4” da trama golpista. Ao ser questionado sobre o questionamento que resultou em multa, Valdemar afirmou que o PL enfrentou um grande prejuízo, alegando que “levamos uma multa de R$ 23 milhões por causa desse questionamento”. Em 2022, o pedido do partido foi negado pelo TSE, que também impôs uma multa de R$ 22,9 milhões por litigância de má-fé.

As pressões externas e o envolvimento de Bolsonaro

Em depoimento anterior à Polícia Federal, Valdemar já havia mencionado a pressão que sofreu tanto de deputados quanto do ex-presidente Jair Bolsonaro. Essa pressão, segundo ele, o levou a tomar medidas que não condiziam com suas convicções. “No ano passado, já havia dito que foi pressionado por deputados e pelo próprio ex-presidente Jair Bolsonaro a ingressar com uma ação junto ao TSE após o segundo turno”, explicou em seu testemunho recente.

O presidente do PL foi enfático ao descrever sua posição a respeito da integridade do sistema eleitoral brasileiro. “Respondeu que não concorda com a fala do presidente Bolsonaro, pois já participou de várias eleições e nunca presenciou nada que desabonasse o sistema eleitoral brasileiro,” declarou Valdemar. Sua orientação à bancada do partido era para votar contra a implementação do voto impresso, uma escolha que reforça sua crença na confiabilidade do sistema vigente.

Reflexões sobre a situação do PL

A revelação de que Valdemar Costa Neto foi contra a ação do PL representa uma fissura dentro do partido, que tem adotado uma postura mais crítica em relação ao sistema eleitoral desde as eleições de 2022. O impacto financeiro da multa imposta, além da pressão política, levanta questões sobre as repercussões a longo prazo da estratégia adotada durante a campanha eleitoral anterior.

A situação do PL e a postura crítica em relação às urnas eletrônicas têm sido objeto de intenso debate na sociedade brasileira. As declarações de Valdemar indicam não apenas um descontentamento interno, mas também uma preocupação com os custos associados a decisões tomadas sob pressão. O partido agora se vê diante do desafio de reconciliar suas ações passadas e a necessidade de se fortalecer internamente para enfrentar futuros embates eleitorais.

Conclusão

As declarações de Valdemar Costa Neto no STF abrem espaço para um novo diálogo sobre a dinâmica interna do PL e suas posturas em relação ao sistema eleitoral. À medida que a pressão sobre o presidente do partido se intensifica, será crucial para ele equilibrar as diferenças de opinião dentro de sua bancada e a resposta pública a essas questões. Com o foco em uma possível nova corrida eleitoral, os desdobramentos dessa história ainda estão longe de acabar.

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