O tupinambu, uma planta alimentícia não convencional com nome indígena e origem canadense, está conquistando espaço no Brasil, especialmente no interior de São Paulo. Um projeto apoiado pela Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati) do Estado de São Paulo tem incentivado o plantio entre pequenos agricultores na região, buscando expandir seu cultivo e uso na culinária.
O crescimento do plantio e as características do tupinambu
Tradicionalmente cultivado no sul de Santa Catarina, o tupinambu tem ganhado novo destaque no campo e na gastronomia. Com visual semelhante ao gengibre e textura similar à batata, seu sabor remete à alcachofra. Segundo o engenheiro agrônomo Osmar Mosca Diz, da Cati, o tubérculo cresce rapidamente, é de baixa manutenção e tem potencial para substituir espécies invasoras como a tiririca, além de servir de ponto de partida para sistemas agroflorestais.
Expansão na agricultura sustentável
Desde 2018, o produtor Joaquim Adelino Azevedo, de Monte Alegre do Sul, planta o tupinambu e realiza parcerias com universidades para estudos sobre a cultura. Atualmente, ele mantém três mil metros quadrados de plantação e produz cerca de 155 kg por temporada, com previsão de dobrar essa quantidade na próxima safra.
Segundo Azevedo, o cultivo do tubérculo não é apenas uma iniciativa de pesquisa, mas um trabalho de divulgação entre agricultores de agricultura orgânica, com apoio de amigos e pesquisadores. “Não há nenhum programa institucional, fazemos um trabalho de formiguinha, produzindo e espalhando sementes”, explica.
Potencial e benefícios do tupinambu
Com rico em inulina, o tupinambu é considerado benéfico para o sistema intestinal e na regulação dos níveis de açúcar no sangue. O chef de cozinha Ivan Ralston, do restaurante Tuju em São Paulo, também aposta na planta. Com uma produção anual de aproximadamente 200 kg, ele utiliza o tubérculo em pratos sazonais e destaca sua versatilidade na gastronomia.
Ralston ressalta ainda que, apesar do nome indígena, o tupinambu é originário da América do Norte. A divulgação da planta vem crescendo, impulsionada pelo interesse de chefs e agricultores que veem nele uma alternativa sustentável para o cultivo de novos alimentos.
Perspectivas futuras
O especialista acredita que o tupinambu pode seguir o caminho de outras Pancs (plantas alimentícias não convencionais) populares na culinária brasileira, como a ora-pro-nobis. A difusão do cultivo e do consumo pode contribuir para diversificar a agricultura familiar e promover a agroecologia no país.
Para quem deseja conhecer mais detalhes sobre a planta, basta acessar a matéria completa no site do Globo.