O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a manifestar apoio ao ex-chefe do Executivo brasileiro, Jair Bolsonaro (PL). Durante uma coletiva de imprensa na Casa Branca, na terça-feira (15/7), Trump afirmou que, embora não considere Bolsonaro um amigo, o vê como um líder que trabalhou em prol do bem-estar do seu país. Sua declaração ocorre no contexto de um pedido de condenação contra Bolsonaro por parte da Procuradoria-Geral da República (PGR), que o acusa de crimes graves relacionados à tentativa de golpe de Estado e organização criminosa.
Apoio de Trump a Bolsonaro: rejeição à condenação
Durante a coletiva, Trump se posicionou contrariamente ao que chamou de “caça às bruxas”, referindo-se ao julgamento de Bolsonaro, que enfrenta acusações de ter incitado a insurreição após sua derrota nas urnas em 2022. “Ele não é meu amigo, mas é alguém que conheço. Representa milhões de brasileiros, pessoas maravilhosas. Ama o Brasil e lutou muito por essas pessoas. Agora querem prendê-lo. Isso me parece uma caça às bruxas, e acho muito triste”, declarou Trump.
As declarações de Trump refletem uma estratégia que ele frequentemente utiliza para apoiar aliados políticos em momentos de vulnerabilidade. No caso de Bolsonaro, ambos mantiveram uma relação próxima durante seus mandatos, e as posições políticas alinhadas entre os dois líderes facilitaram a amizade. Trump já utilizou o mesmo termo, “caça às bruxas”, anteriormente em relação a seus próprios processos judiciais, criando um paralelo entre sua experiência e a de Bolsonaro.
Pedido da Procuradoria-Geral da República
A PGR formalizou um pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para a condenação de Bolsonaro, delineando suas razões. O documento detalha acusações que incluem a “tentativa de golpe de Estado”, “abolição violenta do Estado Democrático de Direito” e “participação em organização criminosa”. Segundo os promotores, as evidências contra Bolsonaro são claras, indicando que ele atuou de forma sistemática para desestabilizar as instituições brasileiras.
- A manifestação de mais de 500 páginas enviada ao STF reforça as denúncias e recapitula pontos cruciais da acusação.
- O procurador-geral da República, Augusto Aras, destacou que Bolsonaro foi o “principal coordenador da disseminação de notícias falsas e ataques às instituições”, utilizando a estrutura do governo para promover a subversão da ordem.
- Com isso, a PGR pede a responsabilização do ex-presidente pelos crimes imputados.
Bolsonaro: um “bom homem” segundo Trump
Trump também fez questão de ressaltar sua percepção sobre Bolsonaro como um governante comprometido. Ele mencionou ter tido contato direto com o ex-presidente brasileiro e destacou que, apesar de possíveis conflitos em negociações comerciais, sempre viu em Bolsonaro uma pessoa honesta. “Ele foi duro nas negociações porque queria garantir um bom acordo para o Brasil. Não é um homem desonesto. Conheci muitos chefes de Estado, e posso dizer que Bolsonaro é um bom homem que se esforçou pelo povo brasileiro”, declarou.
Contexto das acusações contra Bolsonaro
As declarações de Trump surgem em um momento crítico para Bolsonaro, que enfrenta uma pressão crescente após a tentativa de subverter o resultado das eleições de 2022 e seu envolvimento com os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas em Brasília. As acusações levantadas pela PGR e o subsequente pedido de condenação representam sérios desafios para o ex-presidente, que poderá enfrentar consequências legais significativas.
A defesa de Donald Trump a Jair Bolsonaro ilustra uma dinâmica política internacional onde aliados buscam apoio mútuo diante de desafios legais e políticos. O compartilhamento de estratégias e retóricas entre líderes alinhados pode influenciar a percepção pública e a resposta política aos desafios enfrentados por cada um deles.
Com o cenário político e judicial se desenrolando, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, o suporte de Trump a Bolsonaro pode ter um impacto simbólico significativo, destacando a interconexão entre as lideranças políticas e seus respectivos desafios, principalmente em um mundo cada vez mais polarizado.