Brasil, 16 de julho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Tarifa de 50% sobre carne brasileira afeta exportações para os EUA

Frigoríficos brasileiros já interrompem produção de carne bovina destinada aos Estados Unidos devido às tarifas de Trump, que entram em vigor em agosto.

Roberto Perosa, presidente da Associação Brasileira de Carne Bovina (Abiec), afirmou nesta terça-feira (15) que os frigoríficos do Brasil já estão parando a produção de carne bovina para o mercado dos Estados Unidos. A medida ocorre pouco mais de uma semana antes da entrada em vigor da tarifa de 50% anunciada pelos Estados Unidos, prevista para o dia 1º de agosto.

Impacto da tarifa de Trump na exportação brasileira

Segundo Perosa, a imposição da nova taxa torna inviável a exportação de carne bovina para os EUA, que representam o segundo maior destino das vendas internacionais do Brasil. “Com essa taxação, a exportação de carne bovina aos Estados Unidos se torna praticamente inviável”, afirmou. Nesta manhã, frigoríficos de Mato Grosso do Sul confirmaram ao g1 que suspenderam temporariamente a produção de carne para os EUA. A medida visa evitar o acúmulo de estoques que não poderão ser vendidos no mercado norte-americano, explicou Alberto Sérgio Capucci, vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados de Mato Grosso do Sul (Sincadems).

Repercussões e perspectivas para o setor

Os Estados Unidos são responsáveis por importar aproximadamente 12% da carne brasileira, ficando atrás somente da China, que responde por cerca de 48% das exportações de carne bovina do Brasil, segundo dados do Ministério da Agricultura. Com a tarifa, as vendas brasileiras aos EUA podem diminuir ainda mais, levando os frigoríficos a direcionarem suas operações ao mercado asiático, avalia Fernando Henrique Iglesias, analista do Safras & Mercados.

Consequências para o mercado global de carne

A redução nas exportações para os EUA também impacta o mercado interno norte-americano. A inflação da carne bovina nos Estados Unidos atingiu recordes recentes, impulsionada pela diminuição do rebanho e pelo aumento do preço do boi no país – que está duas vezes mais caro que o brasileiro. Assim, as importações de carne brasileira cresceram como alternativa para atender à demanda local, mesmo com os custos mais elevados.

Embora a Austrália seja atualmente o principal fornecedor de carne bovina para os EUA, o país não compete diretamente com o Brasil, pois exporta especialmente para supermercados, enquanto o Brasil fornece carne para a indústria do país. Até agora, o Brasil também oferecia o produto mais barato no mercado externo, o que pode ser afetado pela nova tarifa.

Medidas diplomáticas e próximos passos

O setor agropecuário brasileiro já acionou a diplomacia para minimizar os impactos das tarifas de Trump. A expectativa é de que a suspensão temporária das exportações gere ajustes no mercado e possa levar a negociações internacionais em busca de soluções. As ações diplomáticas buscam evitar prejuízos mais severos para o setor e proteger as exportações brasileiras a longo prazo.

Mais informações sobre as medidas e possíveis desdobramentos podem ser acompanhadas no source do g1.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes