Na manhã desta terça-feira (15), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, promoveu uma reunião com aproximadamente 20 empresários de diferentes setores, incluindo café, carne, metalurgia e madeireira, para discutir os impactos do tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O encontro ocorreu no Palácio dos Bandeirantes e teve a presença do encarregado de negócios da Embaixada dos EUA no Brasil, Gabriel Escobar.
Impactos econômicos do tarifaço
De acordo com estimativas, a imposição de tarifas de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados para os EUA, a partir de 1º de agosto, pode causar uma queda de 0,13% no PIB de São Paulo. Isso representa perdas em torno de R$ 4,46 bilhões, afetando a agropecuária e a indústria estadual de forma significativa.
Um estudo do Núcleo de Estudos em Modelagem Econômica e Ambiental (Nemea-UFMG) aponta que o estado pode registrar uma queda de 0,73% no PIB referente ao setor agropecuário, além de 0,12% na indústria extrativa e 0,31% na indústria de transformação. Este último setor, que envolve metalúrgicas e siderúrgicas, já sente os efeitos da taxação sobre o aço e alumínio, resultando em uma competição mais acirrada com a produção interna americana.
Setores mais afetados
Agropecuária
Entre as culturas prejudicadas, a laranja se destaca, na medida em que seu suco corresponde a uma das principais exportações brasileiras para os EUA. Mais de 90% do cultivo de laranja está concentrado em cidades de São Paulo e Minas Gerais, o que torna a situação ainda mais crítica para esses produtores.
Setor industrial
Por outro lado, a indústria de transformação, que inclui empresas de máquinas e equipamentos, também estará em desvantagem. A nova tarifa só aumentará a concorrência interna com a indústria dos EUA, colocando em risco a posição das empresas brasileiras no mercado.
Reação do governador e implicações políticas
Após a notícia do tarifaço, Tarcísio de Freitas não hesitou em criticar duramente o governo federal, responsabilizando diretamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelas consequências econômicas. Em suas redes sociais, o governador enfatizou que a responsabilidade recai sobre quem governa e acusou Lula de priorizar sua ideologia em detrimento da economia. Essa postura gerou reações entre os políticos, incluindo críticas do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro, que solicitou o fim das tarifas e uma anistia ampla para aqueles acusados de tentativas de golpismo.
União entre governos
Recentemente, Tarcísio parece ter suavizado o tom ao enfatizar a necessidade de união entre o governo estadual e federal para enfrentar os efeitos das tarifas. Durante a reunião, o governador reconheceu a seriedade da situação e também elogiou os esforços diplomáticos do governo Lula em lidar com essa questão, sugerindo que um esforço colaborativo será fundamental para mitigar os impactos econômicos.
Reuniões continuadas
Este foi o segundo encontro de Tarcísio com a Embaixada dos EUA para abordar os efeitos das tarifas. O primeiro ocorreu em Brasília na última sexta-feira (11). Essa continuidade nas discussões demonstra uma preocupação real com as repercussões econômicas do tarifaço e a importância de uma reação estratégica por parte do governo paulista.
Enquanto as tarifas se aproximam de sua implementação, as indústrias e produtores rurais de São Paulo aguardam ansiosamente por soluções que possam minimizar os danos e preservar seus mercados.