No dia 10 de julho, dez paradas de ônibus em Brasília começaram a testar uma nova tecnologia que promete facilitar a vida dos passageiros. Com a instalação de QR Codes, os usuários podem acessar informações sobre linhas e horários em tempo real, dispensando o uso de aplicativos. Contudo, a novidade ainda não conquistou a confiança dos frequentadores do transporte público, que preferem métodos tradicionais para acompanhar a chegada de seus ônibus.
Funcionamento ainda é incerto
Durante os testes, o portal G1 visitou quatro das paradas equipadas com QR Codes para avaliar a eficácia da ferramenta. Os relatos dos passageiros foram variados, mas a constante entre eles foi a falta de informação sobre o novo sistema. Maria Marlene Soares, de 53 anos, reforçou essa afirmação ao declarar que não tinha conhecimento sobre o QR Code e que frequentemente usava o aplicativo oficial do governo, o DF no Ponto, para monitorar os horários. Sara Diniz, de 27 anos, teve uma experiência semelhante e expressou frustração com o aplicativo, que, segundo ela, não estava funcionando como antes.
A pouca adesão dos usuários pode ser, em parte, atribuída à ausência de comunicação eficaz sobre a novidade. Alguns entrevistados afirmaram que não tiveram acesso a informações prévias sobre o sistema de QR Code e, consequentemente, não sabiam como utilizá-lo.
Relatos de falhas e ineficiências
Durante os testes, o funcionamento do QR Code revelou algumas falhas que levantaram preocupações. Os passageiros relataram atrasos de 3 a 4 minutos em linhas específicas, além de inconsistências na listagem de ônibus, que às vezes apareciam como “na parada”, mas não passavam. Em outros casos, ônibus que estavam a poucos minutos de chegar simplesmente desapareciam da lista.
Segundo a Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob), as falhas podem ocorrer devido a interferências técnicas, como oscilações no sinal de GPS ou alterações nas rotas em tempo real. A Semob se manifestou sobre as queixas, afirmando que o sistema está em fase de testes e que a equipe técnica está empenhada em aprimorar a precisão das informações oferecidas aos usuários.
Paradas com QR Codes e a situação encontrada
Na parada da W3 Norte, em frente ao Brasília Shopping, a maioria dos ônibus chegou pontualmente, mas alguns apresentaram atrasos. A situação foi semelhante em outras paradas visitadas, como na Esplanada dos Ministérios e em frente ao Pátio Brasil Shopping, onde um grande número de ônibus que deveria ter sido listado não aparecia. Apesar de algumas concessionárias oferecerem dinâmicas seguras, a confiabilidade da tecnologia foi questionada após um número significativo de ônibus que não estavam na lista de chegada.
A Semob ressaltou que melhorias já estão sendo implementadas e que a expansão do sistema QR Code para outras paradas acontecerá gradualmente, com base nos resultados da fase de testes. Essa expansão visa aumentar a eficiência e a contribuição da tecnologia para a experiência dos usuários do transporte público no Distrito Federal.
Expectativas para o futuro do transporte público no DF
A iniciativa de utilizar QR Codes nas paradas de ônibus visa modernizar o sistema de transporte público, oferecendo soluções mais ágeis e acessíveis. No entanto, para que a aceitação da novidade seja ampla, é crucial que haja uma campanha de conscientização e educação dos usuários sobre a nova ferramenta. Além disso, é necessário que a infraestrutura tecnológica seja suficientemente robusta para garantir informações em tempo real, aumentando a confiança dos passageiros no sistema.
Com a potencial expansão da tecnologia, espera-se que mais paradas do DF sejam equipadas com QR Codes. Tal mudança pode representar um passo significativo na modernização do transporte público, facilitando a vida dos cidadãos e promovendo um uso mais eficiente dos recursos disponíveis.
À medida que a Semob avança em suas melhorias, ficará evidente se os usuários se adaptarão a essa nova realidade ou se continuarão a buscar alternativas mais confiáveis. O sucesso da implementação dos QR Codes depende não apenas da tecnologia, mas também do engajamento da comunidade e da vontade dos passageiros de abraçar novas soluções.