Brasil, 15 de julho de 2025
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Portos brasileiros continuam sendo principal rota do comércio exterior

Estudo revela que, apesar do aumento, Brasil ainda mantém uma economia relativamente fechada no cenário global

Um estudo conduzido pelo Centro de Debate de Políticas Públicas (CDPP) aponta que, embora o grau de abertura comercial do Brasil tenha crescido nos últimos anos, o país ainda se mantém mais fechado comparado a outros emergentes, como México e Índia. A análise foi coordenada pelo economista Daniel L. Gleizer e reforça a importância dos portos brasileiros como principais pontos de conexão com o comércio internacional.

Brasil: maior fluxo pelo porto e avanços na abertura comercial

Segundo o estudo “Integração Comercial Internacional do Brasil”, o país tem visto uma elevação no grau de abertura, que mede a proporção das exportações e importações em relação ao PIB. Nos últimos cinco anos (2019-2023), esse indicador alcançou 34,3%, um aumento de cerca de 10 pontos percentuais em comparação com o período de 2010-2014. Mesmo assim, o Brasil mantém uma posição distante de países como México (80%) e Vietnã (174%).

Os portos brasileiros, especialmente os situados em Santos, Itajaí, Paranaguá e Rio de Janeiro, continuam sendo essenciais para essa dinâmica, respondendo por aproximadamente 70% do movimento de cargas voltadas para o exterior. Essa infraestrutura portuária é considerada estratégica para o crescimento econômico e para facilitar a inserção do Brasil no comércio global.

Impacto de políticas protecionistas e cenário internacional

O momento de maior debate ocorre diante do aumento do protecionismo, impulsionado especialmente pelo governo dos Estados Unidos. Na semana passada, Donald Trump anunciou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, levando representantes do setor agrícola e industrial do país a manifestar preocupação com a ameaça de perda de empregos e competitividade.

O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou que o governo brasileiro planeja responder às tarifas de forma recíproca, caso não haja negociações diplomáticas. “Se nos taxarem, vamos retaliar na mesma proporção”, declarou.

Contribuição do Mercosul e posições divergentes

Guerra de discursos no bloco

Durante reunião do Mercosul na Argentina, o economista Javier Milei criticou o protecionismo do bloco, alegando que políticas voltadas para a integração regional têm prejudicado a maioria da população, favorecendo setores específicos. Em contrapartida, o presidente Lula defendeu a adesão ao grupo, destacando o papel do Mercosul na proteção dos países e na manutenção de uma tarifa externa comum que reforça a segurança econômica regional.

Protecionismo e tarifas do Mercosul

O bloco adota desde 1994 uma Tarifa Externa Comum (TEC), com alíquotas variando até 20%, podendo chegar a 35% em alguns casos por exceções. Apesar disso, o estudo do CDPP aponta que a média de importação do Brasil é de 12%, superior à dos EUA (3%), mas ainda baixa se comparada a países em desenvolvimento como Índia (43,8%) e Indonésia (39,5%).

Oportunidades e desafios para o Brasil no comércio internacional

O estudo destaca que o cenário global de aumento do protecionismo abre oportunidades para o Brasil atuar em áreas estratégicas, como segurança alimentar e energética, além de avançar na transição verde e digital. Tais movimentos podem estimular uma nova fase de reindustrialização e redução dos custos de produção.

Entretanto, para aproveitar essas oportunidades, o país precisa investir na redução de custos comerciais e na melhoria do ambiente de negócios. Segundo os autores, melhorar a produtividade das empresas e ampliar a competitividade nas cadeias globais são passos essenciais para fortalecer a inserção brasileira no comércio internacional.

Apesar dos avanços recentes, o estudo reforça que o Brasil ainda possui uma economia moderadamente fechada e que, para crescer de forma sustentável, deve perseverar na abertura e na modernização de sua infraestrutura portuária. Sua localização estratégica, somada aos investimentos certos, pode consolidar os portos brasileiros como verdadeiras portas de entrada e saída do comércio mundial.

Para mais detalhes, confira a publicação completa no g1.

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