Brasil, 15 de julho de 2025
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PGR diz que depoimentos de Mauro Cid foram superficiais

A Procuradoria-Geral da República critica a delação de Mauro Cid e pede pena reduzida, alegando que depoimentos não esclareceram os fatos.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) está no centro de uma controvérsia após o procurador-geral, Paulo Gonet, afirmar que os depoimentos do tenente-coronel Mauro Cid foram “superficiais e pouco elucidativos”. Cid, que está envolvido em uma investigação sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado, havia feito um acordo de delação premiada e, segundo Gonet, a eficácia desse acordo foi apenas pontual. A declaração levanta questões importantes sobre a transparência e a verdade em processos legais que envolvem figuras proeminentes.

O contexto da delação de Mauro Cid

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, tornou-se uma figura chave nas investigações sobre a tentativa de subverter a ordem constitucional no Brasil. A PGR defendeu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a condenação de Cid, Bolsonaro e mais seis aliados, acusando-os de envolvimento em um esquema golpista. Os depoimentos de Cid, que esperavam trazer luz sobre os eventos, falharam em atender as expectativas das autoridades.

A crítica aos depoimentos

De acordo com Gonet, Cid não apenas minimizou sua própria participação, mas também omitiu informações cruciais que poderiam esclarecer os fatos investigados. “Embora não se desconsidere a eficácia pontual de sua colaboração para a elucidação de determinados ilícitos, cumpre reconhecer que os depoimentos prestados por Mauro Cid sobre sua própria atuação nas empreitadas da organização criminosa mostraram-se, em geral, superficiais e pouco elucidativos”, destacou o procurador-geral.

Gonet argumenta que Cid teve envolvimento significativo nas articulações que culminaram na tentativa de golpe, inclusive na elaboração de uma carta destinada a pressionar o comando do Exército. As mensagens extraídas do celular de Cid revelaram que ele tinha pleno conhecimento dessas ações, embora o réu alegue que uma reunião entre militares que discutiu a carta foi apenas um encontro informal.

Análises sobre o acordo de delação premiada

Como parte de sua delação, Cid tem assegurado o direito a uma redução de pena. Entretanto, Gonet defende que essa redução seja limitada a um terço. “Um benefício maior exigiria colaboração efetiva, integral e pautada pela boa-fé, requisitos não plenamente evidenciados no presente caso”, explica o procurador. A posição do Ministério Público sugere que a falta de clareza e a omissão de dados relevantes prejudicam não só a defesa de Cid, mas também a integridade do processo judicial.

Mensagens contraditórias

As alegações de Gonet foram reforçadas por mensagens trocadas por Cid que trazem à tona interações com articuladores de atos antidemocráticos. Ele menciona, em uma dessas mensagens, o contato com membros da sociedade civil sobre uma nota das Forças Armadas e até se refere a questões relacionadas a um “churrasco”, que, segundo Gonet, evidencia um envolvimento muito mais amplo do que Cid admite.

Conclusão: Implicações para Mauro Cid

Gonet também salientou que, embora a colaboração de Cid tenha, em algum nível, ajudado na elucidação dos fatos, persistem indícios de condutas que podem ser interpretadas como incompatíveis com a boa-fé objetiva. “A omissão de fatos graves, a adoção de uma narrativa seletiva e a ambiguidade prejudicam apenas Cid, e não a ação penal”, finaliza o procurador-geral, uma afirmação que levanta importantes discussões sobre a ética das delações premiadas e seu impacto no sistema de justiça penal brasileiro.

O futuro da investigação

À medida que o caso avança, a PGR espera que a verdade sobre os eventos que cercaram a tentativa de golpe se torne mais clara. A pressão pública e a demanda por justiça permanecem altas, e o desfecho da investigação terá repercussões significativas para o futuro político do Brasil e a integridade das instituições democráticas.

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