A Nvidia anunciou nesta semana que irá retomar as vendas de chips de inteligência artificial (IA) para a China, após a suspensão das restrições impostas pelo governo dos Estados Unidos, que haviam interrompido seus negócios com o país asiático por três meses. A medida faz parte de uma reaproximação nas relações comerciais entre Washington e Pequim, que vêm se intensificando nos últimos meses.
Reversão das restrições e perspectivas para o mercado chinês de IA
De acordo com uma postagem no blog da Nvidia, o governo americano suspendeu as restrições à venda do chip H20, específico para a China, permitindo à empresa recuperar sua capacidade de atender às demandas do mercado chinês. Para avançar com a retomada, a Nvidia ainda precisa obter licenças de exportação do governo dos EUA, mas Huang afirmou que as mesmas “serão concedidas”.
Tal decisão representa uma vitória para a Nvidia, que estima gerar até US$ 15 bilhões em receita com as vendas do chip H20 neste ano fiscal. A China, maior mercado consumidor de chips do planeta, busca adquirir cerca de 100 mil unidades para a construção de data centers dedicados à IA no deserto, de acordo com fontes do setor.
Influência na corrida global pela liderança em IA
Especialistas avaliam que a retomada das vendas reforça a posição da Nvidia na liderança mundial em tecnologia de IA. O CEO Jensen Huang participou de uma reunião com o presidente Donald Trump e realizou viagens à China, incluindo Pequim, para fortalecer relações comerciais. “A China é uma concorrente e adversária, mas não nossa inimiga”, declarou Huang em entrevista recente.
Presidentes e membros do governo americano, como o secretário de Comércio Howard Lutnick, também passaram a adotar uma postura mais flexível, refletindo uma mudança na política dos EUA em relação ao mercado chinês. A suspensão de controles, incluindo softwares de design de chips, ocorre em meio a uma tentativa de reaproximação após semanas de tensões.
Implicações para a Nvidia e o cenário internacional
A retomada das vendas deve impulsionar significativamente os lucros da Nvidia, que na semana passada atingiu a marca histórica de US$ 4 trilhões em valor de mercado. Além do potencial econômico, a decisão também impacta a corrida geopolítica, na qual os EUA buscam limitar o avanço chinês na tecnologia de IA enquanto protegem seus interesses estratégicos.
O governo americano justificou a mudança pela necessidade de evitar que empresas chinesas, como a Huawei, aumentem sua competitividade e substituam firmas como a Nvidia no desenvolvimento de sistemas de IA. Ainda assim, a Casa Branca ainda não confirmou oficialmente a emissão das licenças necessárias para as exportações.
Reações e futuro das negociações
O anúncio foi bem recebido pelo mercado, com as ações da Nvidia subindo até 4,5% nas negociações antes da abertura do mercado nos EUA. No entanto, há resistência no Congresso norte-americano, que investiga possíveis violações das restrições de exportação, incluindo ligações com a China e empresas como a DeepSeek.
Analistas apontam que o cenário de maior cooperação pode favorecer a inovação global, ao mesmo tempo em que aumenta a competitividade econômica dos Estados Unidos. A expectativa é de que as negociações continuem a evoluir, influenciando o futuro da tecnologia de IA e as estratégias comerciais internacionais.
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