Brasil, 15 de julho de 2025
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Morre Fauja Singh, o maratonista mais velho do mundo

Fauja Singh, o maratonista mais velho do mundo, faleceu aos 114 anos após ser atropelado na Índia, deixando um legado de superação e inspiração.

Fauja Singh, considerado o maratonista mais velho do mundo, faleceu neste domingo, aos 114 anos, após ser atropelado por um veículo não identificado enquanto caminhava por sua aldeia natal em Beas Pind, no estado de Punjab, na Índia. A morte do atleta, que se tornou símbolo de longevidade, superação e fé, provocou uma onda de homenagens de líderes políticos, instituições esportivas e admiradores de todo o mundo.

O trágico acidente

De acordo com a rede televisiva inglesa BBC, a polícia local afirmou que moradores tentaram socorrer Singh, levando-o ao hospital, mas ele não resistiu aos ferimentos. “Uma busca está em andamento e o acusado será capturado em breve”, afirmou o policial Harvinder Singh, em relação àqueles que estavam envolvidos no acidente.

Superação e reconhecimento mundial

Singh, que ficou conhecido como “Tornado de Turbante”, iniciou sua trajetória nas maratonas aos 89 anos, depois de uma vida como agricultor no Punjab e marcada por tragédias familiares, como a perda da esposa e do filho mais novo. Enfrentando a depressão, encontrou na corrida um novo propósito. Sua estreia em provas de longa distância foi na Maratona de Londres, em 2000. Nos 13 anos seguintes, completou nove maratonas e se tornou um ícone do esporte de resistência.

Nascido em 1º de abril de 1911, segundo seu passaporte britânico, Singh nunca teve certidão de nascimento, o que impediu seu reconhecimento oficial pelo Guinness World Records como o maratonista mais velho da história. Contudo, em 2011, ele se tornou o primeiro centenário a completar uma maratona, em Toronto, um feito que solidificou seu lugar na história do esporte.

Ao longo da carreira, conquistou feitos notáveis, como correr 10 km em Hong Kong aos 102 anos, e ganhou fama internacional com uma campanha da Adidas ao lado de Muhammad Ali, sob o slogan “Nothing is Impossible”. Em 2012, foi um dos condutores da tocha olímpica nos Jogos de Londres. Em 2006, foi recebido pela Rainha Elizabeth II no Palácio de Buckingham.

Simplicidade e disciplina como filosofia de vida

Em suas palavras, “Eu era o mesmo Fauja Singh antes de entrar no mundo da corrida, mas ela me deu uma missão de vida”, declarou em entrevista à BBC Punjabi, em junho, quando ainda caminhava diariamente por sua vila.

Singh atribuía sua longevidade a uma vida regrada. “Comer menos, correr mais e permanecer feliz — esse é o segredo”, dizia. Vegetariano, mantinha uma rotina ativa mesmo depois de se aposentar oficialmente das competições em 2013. Passava os últimos anos entre a Índia e o Reino Unido, sempre próximo da família e de seu treinador e amigo, Harmander Singh.

Além do impacto esportivo, Fauja Singh se tornou uma referência cultural e espiritual para a comunidade sikh e para idosos de todo o mundo. “Ele era um homem verdadeiramente inspirador. Sua disciplina, vida simples e profunda humildade deixaram uma marca duradoura em mim”, escreveu a deputada britânica Preet Kaur Gill.

Legado e homenagens

O clube de corrida Sikhs in the City, ao qual Fauja era ligado, anunciou que realizará eventos especiais para celebrar seu legado. O impacto de Singh transcendeu as fronteiras do esporte, inspirando pessoas a perseguirem seus sonhos, independentemente da idade ou circunstâncias da vida.

A vida de Fauja Singh permanece como um testemunho da força do espírito humano, mostrando que a paixão e a determinação podem florescer em qualquer fase da vida. Ele deixa um legado de esperança, encorajamento e resistência, lembrando-nos da importância de nunca desistir diante das adversidades.

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