Em estados como Alabama, a predominância de uma única operadora de planos de saúde, como a Blue Cross Blue Shield, impede a livre concorrência, prejudicando os usuários e o sistema de saúde.
O impacto do monopólio no acesso ao atendimento
Recentemente, o neurocirurgião Dr. Richard Menger teve um caso de uma adolescente com escoliose complexa que precisaria de uma cirurgia, mas a justificativa de recusa de cobertura por parte do seguro revelou a magnitude do problema. A Blue Cross Blue Shield de Alabama detém 94% do mercado de planos corporativos na região, o que favorece decisões que muitas vezes deixam os pacientes sem cobertura adequada.
“Sem competição, a empresa tem poder de negar procedimentos, cobrar mais e pagar menos aos profissionais de saúde”, afirma Menger, que declarou que o monopólio torna os problemas de cobertura ainda mais graves.
Consequências econômicas e de saúde em estados com monopólio
Dados do Centers for Medicaid & Medicare Services apontam que a Blue Cross Blue Shield de Alabama também domina os planos individuais, registrando a maior taxa de negativa de cobertura em 2023, com 34%, bem acima da média de 15% de outros estados como o vizinho Mississippi, onde a cobertura é mais competitiva.
A situação não é exclusiva de Alabama. Em outros estados, como Alasca e Wyoming, uma única operadora domina até 94% do mercado de planos corporativos, dificultando a inovação, a redução de custos e a ampliação do acesso a tratamentos de qualidade.
Dor de cabeça para os consumidores e especialistas
Leemore Dafny, professora da Harvard, explica que a concentração de mercado leva a custos mais elevados e benefícios menores para os segurados. “Quanto maior a concorrência, menor o preço e mais benefícios disponíveis ao consumidor”, diz ela, reforçando a importância de abrir o mercado para mais empresas.
Perspectivas futuras
Especialistas alertam que a alta concentração de seguros de saúde pode intensificar problemas de acesso, aumentar custos e dificultar melhorias na assistência médica. A discussão sobre a necessidade de estimular a competição deve ganhar força nas políticas de saúde dos estados brasileiros.