Após o Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, requerer ao Supremo Tribunal Federal (STF) a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus do núcleo central da suposta trama golpista, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) fez uma série de ataques em suas redes sociais, que não pouparam nem mesmo aliados tradicionais do bolsonarismo, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Conflito entre aliados e a crítica a Tarcísio
O filho do ex-presidente Bolsonaro, conhecido por suas postagens polêmicas, acusou Tarcísio de Freitas de se manter em uma “subserviência civil às elites”. Eduardo disse: “Prezado governador Tarcísio, se você estivesse olhando para qualquer parte da nossa indústria ou comércio, estaria defendendo o fim do regime de exceção que irá destruir a economia brasileira e nossas liberdades. Mas como, para você, a subserviência servil às elites é sinônimo de defender os interesses nacionais, não espero que entenda.”
O descontentamento de Eduardo parece ter sido agravado por um parecer do Procurador-Geral que arquivou uma ação contra o ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi, relacionado a escândalos no INSS. Ao repostar a notícia, Eduardo questionou: “Se Bolsonaro realmente fizesse parte de alguma quadrilha, o PGR Gonet não pediria sua condenação”. Essa afirmação sugere uma tentativa de distanciar a imagem de Bolsonaro das acusações em meio ao cenário político conturbado.
Medos sobre o futuro do Brasil
Em outro momento, Eduardo fez reflexões sobre o futuro do país, colocando-o entre a escolha de ser “Venezuela ou democracia”. Em uma postagem provocativa, ele afirmou: “Não há uma 3ª opção”, enfatizando a gravidade da sua visão para a situação política atual. Essa determinação política se alinha com a narrativa de seu pai sobre ameaças à liberdade e à democracia no Brasil.
Tudo ou nada: a proposta de Eduardo Bolsonaro
O deputado também declamou seu “tudo ou nada”, incentivando os brasileiros a se engajar em uma luta mais ampla pela democracia. “Como eu não pretendo ser despachante imigratório de brasileiro e nem fazer curso de como se instalar nos EUA — por mais dignos que sejam estes trabalhos — eu sugiro a todos a embarcar na única alternativa possível: o ‘all-in’ (tudo ou nada).” O “tudo”, segundo ele, inclui “eleições limpas em 2026 e participação de uma verdadeira oposição, para sanear o Senado e fazer o impeachment de Moraes, ainda que atrasado”, enquanto o “nada” representa a opção de um regime totalitário associado a uma possível transição para uma situação similar à da Venezuela.
Agradecimento ao apoio de produtores rurais
Além das críticas e de suas visões extremas sobre a política brasileira, Eduardo também expressou agradecimento pelo apoio que seu pai recebeu de produtores rurais, destacando: “Feliz de ver que os produtores estão entendendo e fazendo o certo.” Essa afirmação parece tentar consolidar uma base de apoio entre setores cruciais da economia brasileira, indicando uma estratégia de mobilização de forças em um cenário político ainda polarizado.
Essas declarações e postagens surpreendentes do filho do ex-presidente mostram a escalada das tensões internas no grupo bolsonarista e refletem um ambiente político cada vez mais polarizado no Brasil. À medida que as eleições de 2026 se aproximam, a pressão e a rivalidade entre os aliados de Bolsonaro e outros líderes políticos tendem a aumentar, criando um clima de incertezas sobre o futuro do país.
Com esses acontecimentos, o Brasil observa atento e dividido, à espera dos desdobramentos que poderão impactar não apenas a política, mas também a economia e a sociedade nos próximos meses.