A economia chinesa expandiu 5,2% no segundo trimestre de 2025, de acordo com dados oficiais divulgados nesta segunda-feira (14). O crescimento ocorreu apesar da guerra comercial com os Estados Unidos e foi impulsionado pelo bom desempenho das exportações e pela alta na produção industrial.
Desempenho econômico chinês e desafios internos
As vendas no varejo, indicador-chave de consumo, aumentaram 4,8% em relação ao mesmo período do ano anterior, abaixo da previsão de 5,3%, indicando dificuldades nos esforços para reativar o demanda interna, segundo pesquisa da Bloomberg. Em contrapartida, a produção industrial cresceu 6,8%, superando a estimativa de 5,6% e reforçando a resistência da economia local diante dos obstáculos.
“A economia nacional resistiu à pressão e mostrou uma melhora constante apesar dos desafios”, afirmou Sheng Laiyun, vice-diretor do Departamento Nacional de Estatísticas, em coletiva de imprensa. Ele acrescentou que “a produção, a demanda e o emprego permanecem estáveis, além de avanços significativos na busca por crescimento de alta qualidade”.
Impacto das tarifas e a disputa comercial com os EUA
O governo chinês enfrenta dificuldades em manter o ritmo de crescimento, tendo que lidar com tarifas impostas pelo governo de Donald Trump desde janeiro, dificultando a exportação chinesa, especialmente enquanto Pequim depende delas para impulsionar seu desenvolvimento econômico. Apesar das tensões, Washington e Pequim tentam desescalar a disputa, com negociações recentes em Londres que resultaram em avanços parciais.
Na última segunda-feira, Trump elevou ainda mais a pressão, avisando que imporá tarifas severas — podendo chegar a 100% — se a Rússia não acabar com a guerra na Ucrânia em 50 dias. A China criticou duramente a ameaça, reafirmando seu apoio a uma solução política para o conflito.
Dados de exportação e comércio exterior
Dados da Administração Geral de Alfândega da China mostram que as exportações aumentaram 5,8% em junho na comparação anual e 32,4% em relação ao mês anterior. Esses números ressaltam o papel das exportações no crescimento do país, especialmente diante da recente trégua comercial com os Estados Unidos.
As importações também registraram alta de 1,1%, superando as expectativas de 0,3%, marcando o primeiro crescimento do ano. Wang Lingjun, oficial da alfândega, destacou que “a China espera que os EUA continuem cooperando na mesma direção”, ressaltando que a trégua tarifária foi “conquistada com esforço” e que “diálogo e cooperação continuam sendo o caminho certo”.
Perspectivas de crescimento e desafios futuros
Apesar dos bons números, analistas alertam que o ritmo de crescimento deve desacelerar nos próximos meses devido à fragilidade do consumo interno. Zichun Huang, economista da Capital Economics, comentou que “os dados ainda podem superestimar a força do crescimento” e que “a desaceleração é prevista na segunda metade de 2025”, com o fim do estímulo fiscal como principal obstáculo.
Especialistas preveem que o crescimento mais moderado refletirá os efeitos do ambiente externo mais adverso, além do peso do combate à desaceleração econômica e às tensões comerciais globais.
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