Brasil, 15 de julho de 2025
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Detenção na lua de mel: a saga de Ward Sakiek com o ICE

Jovem de 22 anos, estadunidense de nascimento, foi detida por ICE durante viagem comemorativa e passou 140 dias na prisão

A fotógrafa de casamento Ward Sakiek, de 22 anos, passou 140 dias em detenção do ICE após ser presa enquanto celebrava sua lua de mel nos Estados Unidos. Recentemente libertada, ela relata como o episódio a deixou desorientada e quanto a experiência refletiu a complexidade do sistema de imigração norte-americano.

Uma trajetória de vulnerabilidade e confusão

Sakiek nasceu na Arábia Saudita e mudou-se para os Estados Unidos com sua família aos nove anos. Como seus pais são de origem palestina, ela é considerada apátrida, sem cidadania automática em nenhum país. Sua condição a torna especialmente vulnerável, pois não possui uma embaixada ou consulado que possa atuar em sua defesa.

Desde criança, ela frequentava o centro de imigração do ICE anualmente, sob um sistema conhecido como Ordem de Supervisão (OSUP), que permite que não cidadãos aguardando deportação permaneçam no país sob certas condições. No entanto, isso não a impediu de ser presa enquanto viajava com seu esposo, Taahir Shaikh, também americano, dentro de territórios dos EUA.

Planos de lua de mel frustrados

Planejada com cuidado, a viagem de Sakiek tinha o objetivo de aproveitar dois semanas na Ilha de Virgem, território estadunidense, antes de voltar ao continente para visitar parques nacionais. Ao retornar do Caribe, sua rotina foi abruptamente interrompida.

Ao chegar ao aeroporto de Miami, ela foi detida por agentes do ICE após uma breve conversa na qual tentou fornecer documentos que comprovariam sua data de reporte com o sistema de imigração. Mesmo apresentando a documentação, ela foi mantida sob custódia.

Confusão e sentimento de injustiça

Sakiek afirma que “nunca escondi de ICE durante toda minha vida aqui, eles sabem quem sou, onde moro, tudo”. Sua situação de apátrida, explica, dificulta ainda mais sua defesa. Sua família nunca tentou fugir do controle migratório, sempre cumprindo as ordens judiciais, mas a falta de uma cidadania dificulta sua proteção legal.

A jovem relata que a experiência a deixou insegura, atrasada na vida e com uma sensação de que “está tão atrasada na vida”. Sua história ganhou repercussão, tornando-se símbolo das complexidades que enfrentam imigrantes sem documentação e sem país de origem claramente reconhecido.

Perspectivas futuras e desafios

Após sua libertação, Sakiek voltou ao lar com sua família, mas a sensação de deslocamento permanece. Especialistas alertam que a situação de apátridas nos Estados Unidos é uma questão humanitária que exige atenção maior das autoridades.

Para ela, a luta ainda não acabou. “Quero estar segura aqui, poder planejar minha vida sem medo”, afirma, destacando a necessidade de um sistema que reconheça e proteja os direitos de pessoas sem nacionalidade formal.

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