Brasil, 15 de julho de 2025
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Arcebispo de Miami pede ampliação de caminhos legais para imigrantes não criminosos

Wenski afirma que reforço de deportações não deve tirar recursos de soluções jurídicas para migrantes sem crimes, ressaltando necessidade de mudança na lei

O arcebispo de Miami, Thomas Wenski, declarou nesta terça-feira (15) que, após a administração Trump ter “efetivamente controlado a fronteira”, é momento de ampliar os caminhos legais para que migrantes que não cometeram crimes possam obter cidadania nos Estados Unidos. A apelo ocorre em meio às ações rigorosas de enforcement de imigração na atual gestão.

Chamado por vias legais e a crise no sistema migratório

Em uma declaração pública e em entrevista à mídia da Arquidiocese de Miami, Wenski argumentou que os Estados Unidos enfrentam escassez de mão de obra em setores como saúde, agricultura e serviços, e que deportar trabalhadores imigrantes apenas agravará essa situação.

“Em vez de gastar bilhões na deportação de pessoas que já contribuem positivamente para o bem-estar do país, seria mais sensato e moralmente justificável que o Congresso, junto com a administração, ampliasse as oportunidades legais para que migrantes sem antecedentes criminais possam regularizar sua situação,” afirmou Wenski.

Contexto humano da deportação e situação de pessoas já estabelecidas

Na entrevista ao La Voz Catolica, o arcebispo destacou que “o que torna essa situação cruel é a arbitrariedade de expulsar pessoas que já vivem aqui há anos — que fizeram esforço e têm raízes profundas no país.”

“Se o governo permitiu que permaneçam por uma década ou mais, muitos possuem filhos cidadãos americanos, possuem propriedades ou negócios aqui. Mandá-los de volta para um país onde não há lar de verdade — essa é a verdadeira crueldade,” complementou Wenski.

Críticas à nova instalação de detenção e acesso aos serviços religiosos

Wenski condenou a recente abertura da instalação conhecida como “Alligator Alcatraz”, localizada na Diocese de Veneza, Flórida, de cuja supervisão ele também falou. Desde a inauguração, a arquidiocese solicitou acesso para oferecer serviços religiosos aos detidos, mas foi informado que o alto índice de mosquitos dificultava visitas.

“Queremos garantir que capelães possam atender quem está sob custódia, beneficiando os presos, suas famílias e os funcionários,” afirmou Wenski. “Preocupam-nos também o isolamento do centro, sua localização distante de centros de saúde e as estruturas temporárias precárias.”

Necessidade de mudanças na legislação e realidades do sistema atual

Em relação às ações de deportação sob a administração Trump, Wenski afirmou que, se estas forem uma aplicação das leis atuais, então “é necessário que o Congresso as rewritte e ajuste”.

“A maioria dos imigrantes que estão aqui sem permissão legal são pessoas honestas, trabalhadoras, que buscam um futuro melhor para suas famílias,” acrescentou o arcebispo.

Opinião contrária e argumentos jurídicos

O ex-juiz de imigração e fellow do Center for Immigration Studies, Andrew Arthur, afirmou à CNA que o apelo de Wenski por uma via de cidadania é uma forma de “amnistia”, que, segundo ele, “está fora de pauta na administração Trump”.

Arthur explicou que a legislação vigente já oferece mecanismos, como recursos contra a deportação por dificuldades extremas a familiares cidadãos americanos e diferentes tipos de vistos para atender às demandas de mão de obra. “Permitir que imigrantes ilegais permaneçam no país não resolve esses problemas,” alegou.

O especialista reforçou que o compliance das autoridades de imigração com os Padrões Nacionais de Detenção, descritos na norma do ICE, sempre teve a pastoral como prioridade, incluindo o fornecimento de cuidados espirituais aos detidos.

(Continua na próxima página)

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Por Tyler Arnold, repórter da Catholic News Agency, baseado no escritório de Washington. Arnold já trabalhou na The Center Square e publica em veículos como AP, National Review e The Federalist.

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