Brasil, 15 de julho de 2025
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Alckmin anuncia possível extensão de negociações sobre tarifas dos EUA

Vice-presidente do Brasil discute com empresários medidas para reverter tarifas de 50% impostas pelos EUA sobre exportações brasileiras.

No cenário de crescente tensão comercial entre Brasil e Estados Unidos, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) confirmou nesta terça-feira, 15 de julho, a intenção de solicitar a extensão do prazo para negociações visando reverter o “tarifaço” de 50% imposto pelas autoridades norte-americanas sobre as exportações brasileiras. A conversa, que ocorreu durante uma reunião com empresários do setor industrial, destaca a urgência e a complexidade do tema nas relações comerciais entre os dois países.

O contexto das tarifas e a resposta do Brasil

As tarifas unilaterais implementadas pelos EUA visam penalizar economias que, segundo a administração de Donald Trump, prejudicam a indústria local. Desde o início da semana passada, 24 países foram notificados sobre a adoção dessa medida, com o Brasil sendo o mais afetado. A tarifa de 50% coloca em risco a competitividade das exportações brasileiras e afeta diversos setores, especialmente o agrícola e a indústria de produção.

“Nós queremos resolver o problema e o mais rápido possível. Se houver necessidade de mais prazo, vamos trabalhar nesse sentido”, afirmou Alckmin durante a reunião.

O governo federal, junto aos setores impactados, está empenhado em reverter essa sanção. Alckmin, em conjunto com diversas partes interessadas, busca um caminho para apresentar ao governo americano propostas que possam levar a uma solução satisfatória para ambos os lados.

Participação de empresários e apoio do governo

Durante a reunião, estavam presentes figuras importantes da indústria brasileira e representantes de diversas associações. Do lado do governo, estavam o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o secretário-executivo da Câmara de Comércio Exterior, Rodrigo Zerbone, entre outros. Já os líderes empresariais incluíam Ricardo Alban, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), e José Velloso, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), demonstrando a união do setor frente à crise.

Impacto do tarifaço nos setores produtivos

A imposição de tarifas de 50% afeta aproximadamente 12% das exportações brasileiras destinadas aos Estados Unidos. Os principais produtos prejudicados incluem petróleo, ferro, aço, celulose e carne bovina, representando uma parcela significativa do mercado internacional. Com a concorrência se acirrando, as empresas brasileiras precisam de uma estratégia eficaz para navegar pelas complexidades dessa nova realidade comercial.

“O Brasil se mostra aberto para negociar com os norte-americanos”, destacou Alckmin, referindo-se à necessidade de diálogo contínuo para resolver a questão.

A Lei de Reciprocidade Econômica como resposta

Em resposta às tarifas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) promulgou a Lei de Reciprocidade Econômica, que estabelece critérios para a suspensão de concessões comerciais em casos de medidas unilaterais que afetem o Brasil. A lei cria um Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas, que se irá encarregar de deliberar sobre possíveis contramedidas a serem aplicadas.

Próximos passos e expectativas

O prazo para que Brasil e EUA cheguem a um acordo termina em 1º de agosto. Caso a negociação não avance, o governo brasileiro poderá recorrer ao princípio da reciprocidade, aplicado na nova legislação. Isso poderia intensificar ainda mais o confronto comercial entre as duas nações.

Enquanto os setores produtivos buscam uma solução, a situação permanece delicada, e as repercussões da sanção comercial de Trump ainda estão para ser totalmente compreendidas. As próximas semanas são cruciais para definir os rumos das relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos. Uma estratégia eficaz e diálogo aberto podem ser a chave para minimizar os danos causados por essa nova fase do relacionamento bilateral.

Confira a lista de países e respectivas tarifas:

  1. Brasil: 50%
  2. Laos: 40%
  3. Myanmar: 40%
  4. Camboja: 36%
  5. Tailândia: 36%
  6. Bangladesh: 35%
  7. Sérvia: 35%
  8. Indonésia: 32%
  9. África do Sul: 30%
  10. Argélia: 30%
  11. Bósnia e Herzegovina: 30%
  12. Iraque: 30%
  13. Líbia: 30%
  14. México: 30%
  15. União Europeia: 30%
  16. Sri Lanka: 30%
  17. Brunei: 25%
  18. Cazaquistão: 25%
  19. Coreia do Sul: 25%
  20. Japão: 25%
  21. Malásia: 25%
  22. Moldávia: 25%
  23. Tunísia: 25%
  24. Filipinas: 20%

*Todas as tarifas entram em vigor a partir de 1º de agosto.

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