A União Europeia está reforçando seus esforços diplomáticos diante do risco de novas tarifas impostas pelos Estados Unidos, enquanto negociações comerciais com Canadá, Índia e Indonésia continuam emperradas. A ameaça de tarifas de 30% a partir de agosto, anunciada por Donald Trump, provoca um clima de urgência nas negociações globais, segundo líderes europeus.
Europa prepara alianças estratégicas contra tarifas de Trump
Durante reunião de ministros do comércio nesta segunda-feira, o principal negociador da UE, Maros Sefcovic, afirmou que “há um novo senso de urgência” para evitar uma escalada de guerra tarifária. O bloco busca fortalecer parcerias, especialmente na região do Pacífico, com países como Japão, Canadá e Indonésia, para diversificar suas relações comerciais.
Segundo informações da Bloomberg News, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, planeja conversar nesta segunda-feira com o primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, em uma tentativa de coordenar ações diante das ameaças americanas.
Negociações atuais e estratégias em andamento
Acordo com Indonésia sinaliza avanços
Na semana passada, a UE anunciou um acordo econômico provisório com a Indonésia, país que enfrenta uma tarifa de 32% imposta pelos EUA, apesar de negociações em curso para reduzir essa taxa. O presidente indonésio, Prabowo Subianto, destacou que o entendimento representa uma conquista após dez anos de negociações.
Dependência de alianças no cenário global
À medida que as tensões comerciais aumentam, países como o Canadá tentam diversificar suas parcerias. A ministra da Indústria canadense, Mélanie Joly, afirmou que “estamos tentando garantir que nos tornemos mais fortes diante de um governo americano imprevisível”, reforçando a busca por alianças na Europa e na Ásia.
Impactos e perspectivas futuras
Analistas alertam que a implementação de tarifas elevadas pode reduzir o PIB europeu em até 1,2% até o fim de 2026, gerando perdas significativas no comércio internacional. Enquanto isso, a UE busca evitar o uso do instrumento de retaliação conhecido como ACI (Instrumento de Ajuste Comercial), considerado uma medida de extrema gravidade.
Por outro lado, o presidente francês Emmanuel Macron pediu agilidade nas negociações, incluindo o uso de contramedidas críveis caso os EUA mantenham suas tarifas. A Alemanha também advertiu que tarifas de 30% poderiam afetar duramente seus exportadores.
Já o presidente dos EUA, Donald Trump, enviou cartas a vários parceiros comerciais, reforçando a ameaça de tarifas e convidando-os para novas negociações, o que frustrou qualquer otimismo recente na UE. Enquanto isso, a União Europeia suspendeu por tempo indeterminado as medidas de retaliação contra os EUA, reafirmando sua preferência por soluções negociadas.
Ao mesmo tempo, o bloco avalia reforçar seus esforços com alianças globais, visando ampliar a pressão sobre Washington e proteger seus interesses comerciais diante de um cenário de incerteza e disputas tarifárias. Para mais detalhes, acesse o texto completo.
