Brasil, 15 de julho de 2025
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Tenente-coronel Mauro Cid depõe ao STF em caso de golpe de Estado

Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, depõe ao STF sobre a suposta tentativa de golpe de Estado envolvendo diversas figuras políticas.

Nesta segunda-feira, 14 de julho, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro e delator em um caso de suposta tentativa de golpe, iniciará seu depoimento perante o Supremo Tribunal Federal (STF) às 14h. Cid participará da sessão na qualidade de “informante do juiz”, trazendo informações valiosas sobre os núcleos envolvidos na trama golpista, que incluem ações de diferentes grupos dentro da organização criminosa.

O que esperar do depoimento de Cid

O depoimento de Cid ocorre em um contexto delicado, onde a intenção é esclarecer as ações dos núcleos 2, 3 e 4 da suposta conspiração. Ao longo da manhã, testemunhas de acusação ligadas à Procuradoria-Geral da República (PGR) foram ouvidas pelo juiz auxiliar de Alexandre de Moraes, Rafael Henrique. Agora, à tarde, chegará a vez do militar. Durante esta oitiva, representantes da PGR, do STF e advogados terão a oportunidade de fazer perguntas, o que promete trazer novos desdobramentos para o caso.

O cenário das oitivas

As oitivas das testemunhas de defesa do núcleo 2 estão programadas para ocorrer até 21 de julho, com acompanhamento da imprensa na sala de sessões da Primeira Turma do STF. Enquanto isso, os depoimentos referentes ao núcleo 3 ocorrerão entre os dias 21 e 23 de julho na sala de sessões da Segunda Turma, e as oitivas do núcleo 4 estão marcadas para 15 e 16 de julho, também na Segunda Turma. Todas as sessões iniciam às 9h, e as declarações serão conduzidas por juízes auxiliares do gabinete de Moraes, conforme já é praxe em ações penais no STF, realizando parte do trabalho por videoconferência.

Um total de 178 testemunhas está previsto para ser ouvido ao longo das sessões, o que acirra a expectativa em torno do que será revelado e como isso pode impactar os processos judiciais em andamento.

Núcleos envolvidos na trama golpista

A acusação realizada pela PGR é contundente, apontando que os réus integravam núcleos que buscaram usar suas posições de poder para desestabilizar o Estado Democrático de Direito. No núcleo 2, figurinhas conhecidas da política brasileira são acusadas de utilizar recursos públicos da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para dificultar o acesso de eleitores nas eleições de 2022, especialmente no Nordeste, onde Lula tinha um forte reduto.

  • Silvinei Vasques – ex-diretor-geral da PRF durante o governo Bolsonaro;
  • Fernando de Sousa Oliveira – ex-secretário-adjunto da Segurança Pública do DF;
  • Marcelo Costa Câmara – coronel do Exército;
  • Marília Ferreira de Alencar – ex-subsecretária da Segurança Pública do DF;
  • Mário Fernandes – general da reserva do Exército.

De acordo com a denúncia da PGR, Vasques, Marília e Fernando coordenaram a aplicação das forças policiais para garantir uma permanência ilegítima de Bolsonaro no poder, enquanto outros membros do núcleo se encarregavam de ações de monitoramento e articulação com as lideranças populares ligadas aos eventos de 8 de janeiro.

Perguntas e revelações esperadas

Com o depoimento de Cid, espera-se não apenas confirmações, mas também novas revelações que possam elucidar a forma como o ex-presidente e seus aliados trabalharam para tentar reverter os resultados da eleição de 2022. Perguntas sobre como essas articulações foram estruturadas devem ser o foco das intervenções, indicando as motivações pessoais e políticas por trás dos atos denunciados.

Expectativa em relação à análise do STF

À medida que as investigações avançam, o STF tem a missão difícil de decidir os rumos desse caso, tendo que lidar com questões sensíveis que envolvem o Estado Democrático de Direito e as ações de figuras políticas de destaque. A condução cuidadosa das oitivas é crucial, e a atenção da sociedade se volta para como serão interpretados os fatos e Qual será a punitiva em relação aos réus.

O desfecho desse processo pode ser histórico para a política brasileira, abrindo precedentes sobre a responsabilidade de autoridades em relação a tentativas de desestabilização do sistema democrático. Portanto, o depoimento de Cid não é apenas mais um evento entre muitos, mas um momento crucial que pode mudar o entendimento sobre os eventos que ocorreram na transição de poder no Brasil.

Enquanto isso, a audiência seguirá, com interrogatórios adicionais a serem agendados e novas testemunhas a serem ouvidas, proporcionando um panorama cada vez mais claro do que muitos já consideram um dos maiores desafios à democracia brasileira desde a redemocratização.

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