Brasil, 15 de julho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Réus atuam ativamente em audiência da trama golpista no STF

Na audiência virtual, réus do núcleo 2 tentam influenciar depoimentos de testemunhas sobre as blitze da PRF nas eleições de 2022.

Numa manhã tensa de segunda-feira (14/7), a audiência virtual do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a suposta trama golpista que visava manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder trouxe à tona revelações sobre as investigações envolvendo as blitze da Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante as eleições de 2022. Os réus do núcleo 2 da ação penal se mostraram ativos ao intervir nas oitivas das testemunhas de acusação, evidenciando uma dinâmica intrigante no processo. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, convocou duas testemunhas-chave: o ex-diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, e a ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça, Marília Ferreira de Alencar.

A atuação dos réus nas oitivas das testemunhas

Durante a audiência, Silvinei e Marília assumiram papéis de “braços” dos seus advogados, orientando-os a realizar perguntas e ressaltar pontos específicos a serem abordados nas declarações das testemunhas. Essa interferência chamou a atenção, uma vez que o áudio das instruções deles “vazava” para a plateia virtual, revelando um possível jogo de poder e estratégia por parte dos réus.

Clebson Ferreira de Paula Vieira e Adiel Pereira Alcântara, convocados como testemunhas por sua colaboração nas investigações, feitos sobre os impactos das blitze da PRF no segundo turno das eleições, se tornaram o foco das intervenções. A principal acusação é de que os réus teriam supostamente dificultado o transporte de eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o que torna a veracidade e a integridade dos depoimentos ainda mais cruciais para o andamento do caso.

Um dos momentos mais marcantes ocorreu quando Adiel, ex-coordenador de inteligência da PRF, declarou que as ordens sobre fiscalização de ônibus e vans para o Nordeste partiam de Silvinei. Suas afirmações geraram uma reação direta de Silvinei, que solicitou que seu advogado questionasse a validade da declaração, mostrando que a tensão entre as partes era palpável.

Conflitos e desentendimentos durante a audiência

A interação entre as partes se tornou tensa. Durante o depoimento de Clebson, ele expressou sua frustração em resposta a um questionamento repetido pela defesa de Marília, afirmando de maneira incisiva: “não sou burro”. Esse desabafo revela não apenas a pressão sob a qual as testemunhas estavam, mas também o clima carregado que permeava a audiência.

Clebson também relatou que, a pedido de Marília, ele havia mapeado os municípios onde Lula obteve mais de 75% dos votos, utilizando a ferramenta Microsoft Power BI. O testemunho dele insinuou que o relatório, que foi usado para fins ilícitos, havia causado sua desilusão. Quando Clebson fez essa observação, a defesa de Marília o interrompeu, gerando um embate que intensificou ainda mais a dinâmica da audiência.

Outros réus e a presença virtual

Além de Silvinei e Marília, outros réus do núcleo 2 acompanharam a audiência. Marcelo Câmara se conectou diretamente do Complexo Penitenciário da Papuda, enquanto Fernando de Sousa Oliveira, ex-assessor da segurança pública do DF, participava com seu advogado, mas sem intervir. A presença desses réus corrobora a complexidade do caso e a grande rede de implicações legais para diversos agentes públicos e privados envolvidos.

A audiência e a maneira como os réus atuaram evidenciam a complexidade e a delicadeza das investigações que envolvem a PRF e as polêmicas blitze, encapsulando os desafios para a justiça em um contexto politicamente carregado. O desdobramento desse processo deve continuar trazendo à tona novas revelações e tensões à medida que mais testemunhas forem ouvidas.

Este caso, que está sendo acompanhado de perto pela mídia e pela população, promete ter implicações duradouras não apenas para os envolvidos, mas também para a política nacional, refletindo as divisões que permeiam a sociedade brasileira.

Fonte

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes