Brasil, 14 de julho de 2025
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Mauro Cid afirma ao STF que Filipe Martins elaborou minuta golpista

Mauro Cid revela detalhes sobre plano para reverter resultados eleitorais em audiência no Supremo Tribunal Federal.

No início desta semana, o tenente-coronel Mauro Cid prestou depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde fez declarações alarmantes sobre o ex-assessor presidencial Filipe Martins. Cid afirmou que Martins era o responsável por apresentar a Jair Bolsonaro uma minuta que continha medidas destinadas a anular o resultado das eleições presidenciais. Esse testemunho se insere em um contexto maior, onde Cid, que é réu em um dos núcleos da ação penal, está colaborando como delator nas investigações de uma suposta trama golpista.

Minuta revela planos controversos

Durante a audiência, Mauro Cid destacou que a minuta apresentada por Martins ao ex-presidente previa, entre outras coisas, a prisão de ministros do Supremo Tribunal Federal, além do presidente do Senado à época, Rodrigo Pacheco. De acordo com Cid, após a apresentação do documento, Bolsonaro teria solicitado alterações, limitando as propostas de prisão a um único ministro do STF, que, anteriormente, o militar já havia identificado como Alexandre de Moraes.

— Depois que ele [Filipe Martins] saiu da reunião com o presidente, ele veio até a minha mesa, onde eu ficava, com os documentos já rabiscados, e começou a fazer as alterações propostas pelo presidente — relatou Cid em sua exposição no tribunal.

Reações e negações

Apesar das acusações contundentes feitas por Cid, Filipe Martins nega veementemente ter elaborado a minuta e, além disso, refuta a participação em qualquer reunião que envolvesse o plano denunciado. Suas negativas geram um contraste claro com os depoimentos de Cid e levantam questões sobre a veracidade das informações apresentadas ao STF.

Testemunhas dão continuidade ao caso

Além do depoimento de Cid, outra figura importante a ser ouvida foi Clebson Ferreira de Paula Vieira, ex-analista de inteligência do Ministério da Justiça, que apresentou provas adicionais durante seu depoimento como testemunha de acusação. Vieira já havia testemunhado no caso anterior e reiterou que havia recebido um pedido para levantar dados das cidades onde Luiz Inácio Lula da Silva obteve a maior quantidade de votos no primeiro turno das eleições de 2022.

Na mesma audiência, Vieira revelou que também havia sido solicitado a apurar informações sobre os votos em áreas sob controle de facções criminosas, indicando uma evidente estratégia de manipulação e análise dos votos que poderiam influenciar a percepção das forças políticas em jogo.

Implicações legais e políticas

A situação envolvendo Mauro Cid e Filipe Martins levanta questionamentos não apenas sobre os procedimentos utilizados durante as eleições, mas também sobre as implicações legais e políticas de tais ações. O fato de que um ex-assessor presidencial tenha supostamente participado de um complô para reverter resultados eleitorais implica consequências significativas para o sistema democrático brasileiro.

As declarações de Cid trazem à tona a importância de uma investigação minuciosa e transparente, capaz de esclarecer os subterrâneos políticos que podem ter influenciado o resultado das últimas eleições presidenciais. Observadores políticos e juristas aguardam ansiosamente os próximos desdobramentos desse caso, dado o impacto que ele pode ter sobre a confiança pública nas instituições democráticas do Brasil.

À medida em que mais testemunhos e evidências surgem, a sociedade brasileira se vê em um momento crucial de reflexão sobre a integridade de seu sistema eleitoral e sobre a necessidade de salvaguardas para proteger a democracia nacional.

No fim das contas, o que está em jogo não é apenas o futuro dos indivíduos envolvidos, mas a fé pública em um processo democrático que muitos lutaram incansavelmente para estabelecer e proteger.

As audiências devem continuar nos próximos dias, e novas revelações poderão emergir à medida que o STF se aprofunda na apuração deste caso que transcende questões individuais e toca em fundamentos da própria democracia brasileira.

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